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Cá estamos de volta, depois de longos 30 dias de férias. Nestes 30 dias este cartunista – e sempiterno dublê de cronista esportivo – não leu jornal, não assistiu tevê e passou ao largo de bancas de revistas.

No entanto, segurou muitos copos, cortou muitos limões e usou muito a frigideira. Seu estúdio foi trocado, durante a vacância, pela cozinha. Lapiseiras, canetinhas de nanquim e pincéis foram transformados em facas, garfos e colheres. Houve alguma leitura, sim, mas de culinária, mesmo tendo como resultado apenas pratos triviais.

Uns três quilos mais pesado, o cartunista retorna agora à prancheta e teclado, mais por fora do que joelho de jogador, no que diz respeito ao futebol. Aliás, não só em relação ao futebol. Também mais por fora do que umbigo de vedete quanto ao novo português escrito.

Bem, não vi quase nada sobre os efeitos do Acordão Ortográfico. Li ontem que o "Tricolor estreia com fiasco". Causou um certo espanto a goleada sofrida pelo Paranito diante do Malita, ali no Barigui, no estádio Janguito. Mas o que me chamou atenção mesmo foi ler "estreia" sem o acento agudo, velho de guerra. Talvez o time da Vila não tenha jogado com agudeza por falta do agudo em sua "estreia".

E parece que o Coxa também vem sofrendo com as novas regras da língua portuguesa. Além de uma estreia sem acento agudo, como o Tricolor, não faz "ideia" do que fazer para chegar ao gol, depois da saída do artilheiro Keirrison.

Deve ser porque ideia, sem acento, parece uma ideia ruim. Veja só: o agudo, usado antes da mudança, funcionava como uma lampadinha acesa sobre a palavra. "Idéia". Não é? Apagaram a lâmpada da palavra ideia... Por isso o Couto está às escuras para solucionar seus problemas de ataque.

Resumo: o problema do Paraná Clube e do Coritiba podem ser os ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, além das com "i" e "u" tônicos, precedidos de ditongo.

Hoje o Tricolor tem de arranjar uma vitória "heroica" diante do Paranavaí, senão será uma "feiura" e tanto.

E o Atlético? Só tem de cuidar com o "trema". Está mais tranquilo com a boa largada, mesmo jogando um futebol-caranguejo, em Paranaguá.

Depois do que a piazada fez na Copinha de São Paulo, os titulares, se tremerem, correm o risco de ser sistematicamente "arguidos" pela torcida.

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