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Um furacão passou no domingo pela Arena da Baixada. Que nada. Não foi o time rubro-negro que ali estava. Este ganhou o prosônimo de "Furacão" por conta de sua "seleção" de 1949.

A tempestade devastadora, o tufão, os fortes ventos que chegaram a 12 na escala de Beaufort veio do Rio de Janeiro e foram destelhar o castelo de sonhos atleticano.

Cinco a zero foi demais até mesmo para os cariocas de Botafogo, agentes da tragédia, que não imaginavam possuir tanto poder de destruição dentro da Arena, que desde sua inauguração não havia sofrido tamanha tormenta.

O que se viu no intervalo, quando o estrago já contabilizava 4 a 0, foi homens atônitos, tentando racionalizar o "tsunami", o Katrina curitibano. Foram pegos de surpresa. Corre-corre. Gente juntando seus cacos e indo embora; mulheres com crianças em prantos no colo, procurando um abrigo, uma palavra de alento para os pobres meninos vestidos em preto e vermelho. Que promessas fazer aos pequenos depois de um trauma desses?

Foi vingança da mãe natureza, que não admite maus tratos. Uns lembraram os 4 a 0 do primeiro turno nos mesmos cariocas, no Rio. Vingança. Desforra com sobra de um gol. 5 a 0! Que belo desagravo!

O que dizer aos moleques, que saíram de casa no domingo em direção ao estádio, depois do almoço, perguntando "de quanto vamos derrotar o adversário hoje?". "Uns dois, ou três a zero tá bom, filho".

"E amanhã, contra o Paraná Clube, no Pinheirão, com que cara eu vou?" – se pergunta o fanático.

"Eles também estão em baixa. Será um duelo de mazelados".

"Não vou. Ainda dói muito".

"É uma boa oportunidade para curar as feridas".

"Ou agravá-las ainda mais!".

"Não temos escolha. Temos de correr o risco. Poderá ser de novo nossa tempestade, shakespeareana, de dor e reconciliação. E no mais, Vadão disse que a Sul-americana é outro torneio."

"Mas o time é o mesmo!!!"

***

Para quem imaginava que Dunga teria assumido a seleção apenas para um mandato-tampão enquanto a próxima Copa não vem, até que seu desempenho tem sido uma boa historinha da carochinha.

Depois do empate em 1 a 1 com a Noruega e a vitória sobre los hermanos por 3 a 0, terá mais três amistosos neste ano – Pais de Gales, Kuwait e Suíça – para firmar o pé e provar que não é apenas um anão de contos de fada.

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