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Um espetáculo. Emo­­cionante. Estonteante. Comovente... – como faz falta o Houaiss On­­line para adjetivar... Um Atletiba que nem de longe lembrou aquele do primeiro turno, um 0 a 0 horroroso.

E lá na Arena estavam também os herois do clássico de do­­mingo, Baier e Paraíba, o Mar­­celinho – estusiasmado com a vitória de virada já nos descontos, disse Paraíba que a partir daquele momento, daquele jogo, seria para sempre coxa-branca. O Coritiba, que fez uma campanha bacana para conquistar torcedores já no nascedouro, ganhou agora um bem crescidinho, já de cabelos brancos, ainda que feitos assim pelas mãos da senhora sua cabeleireira.

Gostei tanto do jogo que não lembrava mais se torcia para um ou para outro. Descobri ao apito final que minha torcida era por aquilo que aconteceu em campo: um belo jogo, assistido do sofá, mastigando pipoca e bebendo Fanta Laranja.

Cronista esportivo – ou du­­­blê de, como este – não pega em bandeira. Pega no jogo. Olhos oblíquos, mirando o mo­­vimento dos atletas de soslaio. Torcedor aponta o dedo para o adversário e manda ele tomar banho, entre outras coisas.

Compilei alguns comentários de "torcedores virtuais", potencialmente tão reais quanto aqueles que pagam ingressos para estar lá no estádio torcendo pela sua camisa; e a escrita é tão verdadeira quanto qualquer outra:

"Ah, mas pelo menos alguma coisa o Coxa tinha que ganhar esse ano! Parabéns, Coritiba! Cem anos, sem nada!" – Aman­­da.

"Esses atleticanos não sabem perder mesmo, hauhauahua, olha os comentários mais bestas... nem uma palavra vai tirar o sorriso estampado no rosto do povo verde e branco. O vovô tá velho, mas não tá morto! Para­­béns, coxarada, a festa de ontem foi linda. VALEU, VERDÃOOOO!" – Fer.

"Atletiba elástico!! Como todos os Atletibas deveriam ser, com a vitória do melhor!!! Coxa sempre!!!! Vlw COXA, melhor do que vê-los perder é ganhar em cima deles no COUTO!!! Melhor mesmo que isso só a MEGA-SENA!" – Thiago.

No sábado, véspera do Atle­­tiba, fui convidado para um churrasco no Café Stella, mais conhecido como Bar do Toninho. Um sábado divertido e suculento. O porta-voz informal do aconchegante endereço é o ve­­lho e bom Oswaldo.

O local, garantem por lá, é democrático: coxas e atleticanos se encontram para os acepipes do dia a dia e torcem uns pelos outros. Coisa rara.

Apenas um destoava do sentimento do restante; este dizia que queria mais é que o arquirrival se exploda neste Brasileiro ou em qualquer outro torneio.

Ele era justamente o porta-voz, que mesmo assim foi perdoado pelas outras vozes.

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