O futebol nosso de cada dia, este praticado por Coxa, Atlético e Paraná, anda tão chato e desestimulante que ocorreu a este cartunista e dublê de cronista esportivo escrever sobre outro assunto.
Pensei em culinária, tema que não desagrada a ninguém (lembrei de uma receita de maminha na mostarda que é o bicho, bem simples. Veja só: Pegue um bom corte de maminha e besunte-a com mostarda; salpique sal grosso e derrame um pouco de conhaque sobre ela e enrole-a em folha alumínio; corte rodelas grossas de cebola e faça uma "caminha" na assadeira; deite a maminha sobre a cama e leve ao forno em fogo médio, se seu gás for GLP; se for gás natural, fogo alto. Se quiser, pode acrescentar pedaços de batata nos espaços laterais que sobram. Depois de 40 minutos retire o papel alumínio para dourar a carne. Mais dez minutos e pronto, já pode servir. Um pouco mais do que os 45 minutos sem os acréscimos de um tempo de uma partida de futebol. E a satisfação é garantida, ao contrário do futebol).
Está vendo como receitas para cozinhar são simples e eficientes? E, claro, com um pouquinho de sensibilidade você pode improvisar a seu gosto, mudar um ingrediente aqui e ali.
E para se ter um bom time em campo, competitivo, ao gosto da torcida, qual é a receita? Agradar ao paladar das arquibandas é bem mais delicado e complexo, apesar de todos saberem que o que mais desejam levar à boca são gritos de "é campeão!". A maioria dos "chefs" de futebol frustra o paladar da torcida.
Os "caputs" do futebol deixam queimar com muita frequência seu preparo, com o agravante de sapecar tudo ao seu redor. Por conta disso são substituídos vertiginosamente, numa tentativa desesperada de se arranjar o "cabeça" certo, aquele que vai botar os olhos nos ingredientes disponíveis e dizer: "vamos fazer assim, ó...".
O "chef" René Simões vem cozinhando em banho-maria para os coxas-brancas pratos mais para os olhos do que para o estômago; na Baixada foi chamado um velho cozinheiro, Antônio Lopes. Trouxe suas panelas velhas. A diretoria garante que ainda faz comida boa.
Sérgio Soares fez pratos apetitosos em três oportunidades e vem se descuidando do ponto certo e deixando sua torcida esfomeada, mastigando apenas amendoins.
No cardápio da Vila, o prato principal era o "G4", atualmente em falta. Chef Sérgio vinha improvisando com a promessa de botar à mesa pelo menos o "G10".
Por fim, tanto na Vila, como no Couto e na Arena, o item menos popular do menu e o mais oferecido tem sido um bem abaixo das expectativas, pois ninguém gosta de tal iguaria: o "ZR", que tem gosto de... o gosto é indescritível, de tão ruim.
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