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A saída repentina de Paulo César Carpe­­giani, anunciada no último domingo, causou uma bulha que só não foi maior por conta da histeria das eleições. Muitos atleticanos só souberam nesta segunda-feira, boquiabertos.

Os que tomaram conhecimento no domingo mesmo da notícia acre vinda da Arena, pouco se lixaram com as informações que saiam do Tribunal Regional Eleitoral. Nenhum nome seria mais importante naquele momento do que daquele que viria substituir PCC. A tiririca era outra.

Um amigo, Micklos, atleticano doente (comprou duas cadeiras na Arena, uma para ele e outra para acomodar o repertório de elogios destinados ao Atlético, mesmo jogando mal – pouquíssimas vezes o ouvi maldizer o Furacão), ligou-me no sábado, após o empate em Minas, com o Cruzeiro, para compor louvores a PC Car­­pegiani ao meu ouvido.

Era, até então, o cara que faltava ao Atlético. PCC teria identificado muito bem o que tinha em mãos, lapidado e transformado, enfim, em um time de verdade. E mais: não estaria capacitado apenas a uma vaga à Libertadores; estava prontinho para ir atrás do título!

Bem, até o momento em que este cartunista – e dublê de cronista esportivo – escreve es­­tas linhas, ainda não havia voltado a falar com o amigo Micklos. Espero que ele esteja bem.

Os comentários de atleticanos sobre a súbita debandada de PCC vão desde "mercenário" a "se for para ficar com má vontade, melhor vazar mesmo", e ainda "vamos ver se ele será bom no São Paulo como era no Atlético". Natural o tom aborrecido. E só mais um capítulo da "rivalidade" entre o Furacão e o Tricolor paulista, acalentada pelo primeiro e ignorada pelo segundo.

Carpa fez questão de convocar os microfones para esclarecer a fuga. Constrangido, disse o que todos já sabiam: uma oferta irrecusável. Oportu­­nidade rara. E quatro vezes mais volume no bolso. É o futebol. Nele, quem pode mais, nem sempre chora menos.

Como diria Horácio (65-8 A.C.), "carpe diem" – aproveite o momento. No caso de Carpa, caberia também um "carpe pecunium".

Sérgio Soares está aí. Fala hoje para os frustrados rubro-negros. Soares tem três títulos legais: a Copa do Brasil de 2004, pelo Santo André (como auxiliar de Péricles Chamusca); o título da intrincada Série C, com o Barueri, em 2006, e campeão da Segundona de 2008, também pelo Santo André.

Se entender o time rubro-negro como Carpegiani já entendia, vai correr atrás do título, apostaria o sempre confiante Micklos.

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