Carta ao cartunista (III)

Bem, queria escrever algo sobre a última rodada, a avassaladora campanha do interior, sobre Matthäus e a busca pelo auxiliar bilíngüe que o transformará, para os jogadores rubro-negros, em "Mateus". Tinha assunto, muito assunto, mas recebi mais uma carta por e-mail, desta vez do Paranito, que não quer ficar de fora da polêmica levantada por Atleticon, que recebeu réplica de Corisco.

Então vamos, pra fechar o fecha-fecha, à tréplica do Tricolor da Vila:

"Caro cartunista Tiago Recchia

Em duas terças-feiras consecutivas li, estarrecido, cartas de meus imutáveis adversários Atleticon e Corisco, emporcalhando este seu nobre espaço com impropérios que, se não me fizeram rir, me fizeram sentir pena. Pobres diabos! Quanta maledicência e delírio!

Mas como sou bem-criado, de modos cordiais com quem me respeita (como o estimado cartunista, que tem visível inclinação e simpatia às minhas cores – não negue, pois há tempos já notei!), não tomarei excessivamente estas linhas, para que o cartunista possa ocupar com seus irônicos – e às vezes engraçados – textos.

Quando li a primeira carta, daquele sujeito que come ovo frito e arrota caviar, o de sigla CAP, não me surpreendi com suas bravatas, pedindo que o ilustre cartunista o exclua da coluna ‘Los 3 Inimigos’ porque se acha (se acha!) superior a mim e ao... aquele cara parecido com o Duende Verde residente no Alto da Glória (o belo bairro não merecia tal vizinhança). Não me surpreendi. Este indivíduo, que traja roupas vermelhas e pretas zebradas não vive mais neste planeta. Sua megalomania ainda vai levá-lo à próxima expedição da Nasa pra Estação Espacial, ou Marte – que torre lá! Sua mania de grandeza ganhou um último lance genial: trouxe Lothar Matthäus pra dirigir seu timinho. Em pouco tempo o alemão – grande jogador, admitimos – será fritado no óleo da fanfarrice do alucinado do Água Verde. Lothar não tem expressivo currículo como técnico e não será dirigindo o citado ignóbil que o fará. Pobre Lothar. Mas, como se diz, "quem pariu Mateus que o embale".

Quanto à carta do Duende (Doente) Verde – pufs! – o que posso dizer? Comparou-me ao J. Mallucelli, o Jota Malita!?! Não, não, não... Definitivamente o endereço mais certo para o velhinho não é nem mesmo a Segundona, e sim um asilo. Como o parlapatão de outro planeta, também não regula bem.

Para encerrar, caro cartunista, se quiser continuar com sua coluna ‘Los 3 Inimigos’, pode contar comigo. Mesmo a contragosto, serei assíduo no popular quadrinho. Farei isso por você, que bem sei ser um tricolor de coração.

Abraços

Paranito, o fiel da balança, o gostosão da Vila".

PS.: Apesar de minha grande intimidade com o português, continuarei falando "portunhól", que é bem mais divertido e adequado. Tentei o inglês, mas não me dei bem e parei. Faltou interlocutor inteligente pra tal.