Chip, lanterna e banana

A Confederação Brasileira de Vôlei vem testando uma bola com QI superior entre sua espécie. Trata-se de um chip inserido na leve e ligeira pelota. Antenas nas extremidades da quadra recebem o sinal na bola e com precisão eletrônica sabe-se exatamente onde ela caiu, dentro ou fora da linha, com o auxílio luxuoso de monitores.

É tecnologia made in Brasil que, se comprovada a eficiência em alguns jogos da Superliga deste ano, ganhará o mundo (ah, se nossos políticos funcionassem como nossos cientistas...).

Se o QI desta bola de vôlei alcançou, com o chip, uns 120 (inteligência acima da média), sua prima, a bola de futebol, mantém-se estacionada no QI 80: embotada, não responde mais aos estímulos do bom senso.

Consta que a Fifa andou testando tecnologia semelhante, mas recuou. Jurassicamente a instituição superior do futebol ainda acredita que os erros de arbitragem e suas consequentes polêmicas são a "sauce piquante" do esporte.

É aquela coisa: pimenta no dos outros é refresco. Se seu time foi beneficiado, ótimo, não se fala mais nisso. Prejudicado, vamos falar sobre isso, sim. De preferência em um Tribunal. E dá-lhe Tribunal!

Se a Fifa tivesse assistido à última rodada do Brasileirão, iria se contorcer de satisfação e prazer.

A patuscada do apito começou no sábado, no Maracanã, entre Flamengo e Avaí, e no Mineiro, entre Galo e Grêmio. Entrou domingo adentro aprontando na Vila Belmiro, no jogo Santos e Goiás, e só encerrou a folia ao final de São Paulo e Atlético-PR.

Como a Fifa acha divertido erros de arbitragem, poderia instituir de vez as falhas, sem direito a apelações em tribunais. E ao fim de cada temporada, premiar com um "apito de ouro" os árbitros mais erráticos.

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Hoje o Couto vai sair do chão. Jogará com todas as armas, mas terá de tomar bastante cuidado com a Macaca: ela sabe descascar a banana antes de comer.

Time misto por time misto, o da Ponte foi melhor. Empatou sem gols com o Paraná, na Vila, enquanto no Couto o Coxa foi presenteado com uma lanterna de quatro pilhas pelo Ramalhão.

René, sob apupo da torcida, chamou os poupados para tentar consertar o malfeito. Não adiantou nada e agora terá de fazer o jogo de hoje, com os holofotes do país sobre o Alto da Glória, com seu nome no rodapé da tabela da Série A.

Mas não tem problema, não. Afinal, o time que jogará hoje é outro. A Copa do Brasil também é outro torneio. E vale uma semifinal.

Só não pode terminar o jogo com uma lanterna e uma banana nas mãos, isso não.