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Bom que tenha sido o Vas­­co o adversário da grande final da Copa do Brasil. Caso o Coxa supere o agora surpreendente time cruzmaltino, o título agregará um valor a mais, porque, afinal, o Vasco é o Vasco.

Muito se falou, depois de co­­nhecidos os finalistas, sobre o caminho semelhante percorrido pelos dois, do caos ao topo. Vasco e Coxa foram os grandes a cair em 2008 e 2009, respectivamente, à Segunda Divisão do Bra­­si­­leiro. Retornaram em dois to­­ques – ou dois palitos, como diz um amigo – aos seus lugares originais, "de direito", como gostam de afirmar os torcedores.

Bom também que o sorteio agraciou o Coxa com o segundo confronto em casa. Sorte de campeão? Certo, não dá para esquecer que o Vasco tem sido um visitante chato, daqueles que você tem de colocar uma vassoura atrás da porta. Fora de São Januário foram duas vitórias e três empates no torneio dos mata-matas.

Aliás, o formato mata-mata é de testar a saúde do torcedor. Diferente dos pontos corridos do Brasileirão, que na maioria das vezes já conhecemos o campeão bem antes de seu final. Mata-mata tem a temperatura de Nordeste, quente, sufocante. Pontos corridos são o Sul, vários graus Celsius abaixo, frio, no máximo morno. E justo para os mais capitalizados, coisa para peixe grande. Bagrinhos apenas nadam para sobreviver em águas de tubarões.

Coxa e Atlético não são peixes grandes, tampouco bagrinhos. Têm tamanho médio, rendem bom prato, na medida certa à fome. O título da Copa do Brasil e uma vaga na Libertadores seria um regalo e tanto para a freguesia coxa-branca. Daria para encher a barriga para o resto do ano.

Ricardo Pinto perdeu a cabeça no empate contra a Portuguesa (1 a 1). Este cartunista – e dublê de cronista esportivo, ratifico – vem dizendo que Ricardo é o cara certo na hora certa e no lugar mais certo ainda. O Paraná Clube é sua melhor oportunidade de mostrar serviço como técnico em um torneio nacional. O clube da Vila já revelou uma penca de talentos, e Ricardo Pinto também pode levantar sua carreira na casa tricolor.

Fez bobagem nas alterações do time. Thiago Santos voltou dos vestiários no segundo tempo com um amarelo no bolso e ganhou outro com sete minutos de jogo; Welington, que fez o gol paranista, e Diego foram substituídos. Isso não agradou nada a turma do amendoim e Ricardo teve os ouvidos anafados pelas cascas.

Em resposta mandou bananas para os autores dos impropérios e foi aos microfones revelar assunto de coxia: três meses de salários atrasados. Suficiente para inaugurar um "climão" na Vila Capanema.

Dos males, o menor: as declarações obrigaram a direção do clube a subir ao palco e recitar detalhes do caixa. O texto pareceu bom. Ontem mesmo já entraria o dinheiro, de capital estrangeiro, que teria encalhado em algum abrolho da burocracia.

Vai dar para se empanturrar com uma bela feijoada hoje.

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