O que mais chamou a atenção na primeira final do "Pára, não enche", no Estádio Waldemiro Wágner, em Paranavaí, foi a torcida do Vermelhinho. Animada, pintada, vestida a caráter, uns com adereços sombreiros, inclusive , fazendo a "Hola" direitinho, e gritando "olé" ao fim do jogo. Uma festa só. E a impressão que deu é que eles, da torcida do ACP, tinham um único objetivo: zombar dos times chamados grandes, da capital.
Caçoaram e talvez continuem gracejando, se conseguirem o título na Vila da maior força do futebol paranaense, concentrada em Curitiba, com Atlético, Coxa e Paraná.
Via-se no estádio, através da transmissão da RPC, cartazes de todo tipo, tirando uma onda do trio da capital. Um deles trazia as primeiras letras de Atlético, Coritiba e Paraná: ACP. ACP x ACP. Os três maiores clubes de futebol do estado versus o modesto, brincalhão e surpreendente ACP, Atlético Clube Paranavaí. E deu, ou está dando, o time do interior. Fez gato e sapato do trio da capital, até agora.
Um fiasco e tanto, inesquecível.
Mérito do time de Paranavaí? Qualidade e capacidade de Amauri Knevitz e dos dirigentes do clube? Claro, mas muito mais um fiasco histórico para o três da capital.
Foi ou ainda é um regional para eles, os três, nunca mais se esquecerem do quanto são - ou podem ser frágeis.
Talvez a última chance para esta história não acabar ainda pior é o Paraná tirar o doce da criança, levantando o caneco do bicampeonato e reparando todo o mal-entendido. Caso contrário, o vexame irá ecoar por um bom tempo.
Não é que o fato de um time do interior não ser campeão há tempos o último foi o Londrina, em 1992 que se faz a opção por um deles, para quebrar o tédio da hegemonia dos times da capital.
O importante a lembrar é que o futebol interiorano é agonizante e muito amador, com verbas que dá para guardar num cofrinho de moedas.
Sempre somos favoráveis aos mais fracos e oprimidos, daí existir até uma certa simpatia pela conquista do título pelo Paranavaí.
Mas o Paraná Clube, tido como time grande pelo seu adversário desta final, tem agido como seu rival: fraco e oprimido.
Então, torcer para um ou para outro dá quase na mesma.
Se o mais fraco não vencer, que vença pelo menos o menos ruim.
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