Ala pucha, tchê, não se assustemo... Aí estão novamente os gaúchos evidenciando que futebol, no Sul, está mais para eles.

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Se Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem pela região sulista do país, é no extremo Sul que encontramos mais as características do gauchismo, com sua prosa e compadrada típicas. Sempre hiperbólicos.

Aprontam alguma quando menos se espera – ou se espera? São autores de grandes feitos para nosso espanto e contentamento, assistindo boquiabertos suas aventuras.

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"Lá vêm os gaúchos de novo" –, diria qualquer brasileiro não nascido no pé do país.

Grêmio e Internacional são sinônimos de futebol-força, futebol-pegada, futebol-porrada.

Quando o Tricolor dos Pampas caiu para a Segunda Divisão em 2004 e apenas Inter e Juventude jogavam na elite do Brasileiro, pensava-se que o futebol rio-grandense nunca mais seria o mesmo sem o Grêmio reforçando as fileiras porto-alegrenses. Acreditava-se até mesmo num declínio sem volta para os vizinhos gaúchos.

A queda do Grêmio coincidiu com a ascensão do futebol paranaense, tendo no Atlético seu protagonista, virando o milênio fazendo bonito como campeão brasileiro, em 2001. Depois ficou com o vice-campeonato em 2004, perdendo o título naquela trágica partida em Erechim, justamente contra o Grêmio já rebaixado, quando cedeu o empate, oferecendo o título de bandeja para o Santos de Luxemburgo – que alertava sobre um possível tropeço do Atlético na reta final, prognóstico validado.

E para reafirmar a subida do futebol praticado em nosso estado, o CAP, ainda ele, conquistou o vice na Libertadores no ano passado, um feito que merece, sim, ser lembrado. (A Sul-Americana só é digno de recordação por conta da vitória sobre o River Plate, em Buenos Aires; o desfecho foi a triste "pachucada" diante do time mexicano – que ficou com o título).

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Mas também no ano passado vimos a volta do futebol gaúcho, que não demorou nada pra reafirmar sua tradição no futebol nacional: Grêmio campeão da Série B e Inter vice da A.

A "Batalha dos Aflitos" foi a sinalização de que os rio-grandenses não estavam mortos, de que "não está morto quem peleia".

O Grêmio saiu das profundezas da Segunda Divisão à Libertadores de 2007. O Colorado é campeão da Libertadores e agora do Mundial. Ala pucha, tchê!

Parece que as oportunidades do futebol paranaense em superar os rio-grandenses se esgotaram.

Só somos melhores do que Santa Catarina. A hegemonia no Sul ainda ficará nas mãos dos Pampas por muito tempo. Em 2007 o Paraná terá rara e inédita oportunidade de melhorar nossa marca com sua participação na Libertadores, onde terá a companhia de Tricolor e do Colorado gaúcho. Tomara que aprenda com os prodígios dos vizinhos.

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O Coxa também precisa colaborar. Sua volta à elite é fundamental pra reforçar o "time paranaense" no ranking dos grandes.

Senão estaremos condenados a ser gauche na vida e menos vencedores, como os gaúchos mais abaixo do meridião.

(Este cartunista descansará até o início do regional, em Janeiro. Até lá e boas entradas e saídas).