Giovani Gionédis conseguiu limpar sua ficha. Enfrentou o diabo para isso. Não apenas as dificuldades naturais de uma Segunda Divisão, mas a pior delas: a própria torcida.
O "Fora Gionédis" tomou conta da cidade, com manifestações em praça pública, onde até o eterno Evangelino Neves esteve, mesmo montado em cadeira de rodas. Uma oposição obstinada e canina ao seu nome. Odiado até o último fio de cabelo coisa que perdeu ainda mais neste período.
Gionédis era o pangaré que precisava virar sabão. Não virou. Mostrou seus cascos para a torcida contrária e disse que mesmo que fosse para o mal da nação coxa-branca, ficaria. Por força da lei, ficou.
Teve de apontar seu dedo em riste para as arquibancadas inúmeras vezes. Em outras quase foi para o corpo-a-corpo. Talvez precisasse, à época, daquela sandália da humildade e pedir para que o deixassem tentar devolver o Coxa à elite do futebol. Pedir não. Suplicar.
Orgulhoso, seguiu com seu dedo e nariz erguido até que as coisas começassem a clarear. E clarearam.
Enquanto o Alviverde esteve no G4 do acesso, a torcida deixou para lá o assunto Gionédis. Já estava cansada dele. Queria apenas volta para a Primeira Divisão. Retornaria ao assunto depois disso. Uma trégua necessária; e o resultado está aí.
O Coxa voltou ao seu lugar. Não vai mais jogar com CRB, Remo, Gama etc. Seus adversários voltarão a ser São Paulo, Santos, Flamengo, Palmeiras e Atletiba na Série A, maravilha! etc.
Objetivo duro objetivo alcançado, Gionédis deve deixar a presidência. Não pode correr o risco de acontecer tudo de novo. Tem de aproveitar a fantástica oportunidade de sair pela porta da frente, já aberta. Não deveria nem mesmo participar do próximo embate à presidência, indicando algum nome, que pode voltar a sujar o seu.
Deve apenas curtir o retorno, das sociais do Couto, acenando amistosamente para a mesma torcida que um dia queria vê-lo em forma de sabão.
Todas as apostas pelo país afora já dão como rebaixados além do América Juventude e Paraná. Faltaria só decidir a quarta vaga do descenso entre Corinthians, Goiás e Sport. Mas o Paraná ainda pode se safar, por que não, pessimistas? Olha só: vencer os dois jogos que faltam em casa, contra Goiás concorrente direto e Santos; coisa bem possível.
Dos três jogos fora de seus domínios, Galo (amanhã!), Bota e Vasco, precisaria de uma vitória e um empate. Chegaria a 47 pontos, dois a menos do ideal projetado pela matemática pra evitar o pior.
Junte-se a isso um baita olho gordo em cima de Goiás e Corinthians e pronto, tudo resolvido.
"A fé não pode faia", diria Gionédis.
tiagorecchia@gazetadopovo.com.br
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