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A Editoria de Esportes é uma maravilha. Enquanto o mundo explode – está em permanente erupção, é verdade – ficamos aqui avaliando a rodada, qual o melhor e o pior jogo, os destaques da semana e por aí vai.

Dane-se o mundo, o que queremos é falar de futebol, do seu, do meu, do nosso time. E seu time, qual é?

Se o seu for o Paraná, está feliz. As bombas no Oriente Médio não fazem a menor diferença pra você, agora, neste grande momento que vive o Tricolor da Vila Tá Na Hora. Vice-líder! Abaixo só do time sensação da década, o São Paulo Futebol Clube.

Que não venham atrapalhar sua felicidade com mísseis que caíram bem longe de você. Seu lance é outro: se imaginar numa Libertadores, finalmente – quem sabe até o título, por que não?!; Relembrar o gol, o segundo, de Maicosuel, na vitória por 2 a 1 contra o time do Eurico Miranda. É assim que você quer ver seu time, indo para cima dos zagueiros, desferindo uma bomba no ângulo do goleiro inimigo. Ah, que alegria, não?

Se o seu time for o Coritiba Football Club, então, nem se fala. "Israel bombardeia mais 150 alvos no Líbano", dizem as manchetes. "Ora, eles que se arranjem. Quero meu time bombardeando a meta adversária, como nos 5 a 1 contra o América do Rio Grande do Norte. Essa é minha briga, minha luta", você responderá sem nenhum pudor.

Os ataques do PCC em São Paulo não irão diminuir seu bem-estar de ver a tabela a um ponto do líder da Divisão de Acesso do Brasileirão B-side. Não, não, negativo que irão furtar seu regozijo com esta nítida perspectiva de retornar de onde nem deveria ter saído, por conta de assuntos que não lhe dizem respeito. Você não tem nada com isso. Tem a ver, sim, com seu time. "Okay, isso – as bombas e PCC, pobreza, corrupção – pode respingar em mim. Mas peraí! Deixa eu gozar! Deixa eu gozar!", irá exclamar.

E se o seu time for o Clube Atlético Paranaense?

"Já é uma bomba. Não preciso de mais", dirá com os dentes cerrados, lembrando do chute do craque Dagoberto tomando direção desconhecida, na derrota para o moribundo Corinthians por 2 a 1.

A artilharia pesada que o fanático rubro-negro assiste não é dele, não lhe pertence. Vem, também para ele, de Israel e do Líbano. Vem dos confrontos entre a polícia paulista e o neoterrorismo urbano brasileiro. E o pior: vem também de seus vizinhos, bem próximos:

Da Vila Capanema foram disparados 29 tiros, e do Alto da Glória mais 28. As melhores artilharias dos combates da Série A e B, respectivamente.

Seus fuzileiros, fardados em preto e vermelho, acertaram apenas 19 e tomaram outros 19. Saldo zero. Tudo somado tem a mesma pontuação do último classificado para a degola. Mas a batalha ainda não terminou, tampouco está perdida.

A guerra continua...

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