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A torcida tricolor não deve mais se preocupar com a formação do time para a temporada de 2007, quando terá pela frente sua primeira Libertadores da América.

É que agora foi revelado o verdadeiro motivo da ascensão do Paraná no cenário futebolístico brasileiro: a força do povo tricolor e um grande líder, o comandante comunista José Carlos de Miranda, ou apenas Professor Miranda, como é conhecido nos guetos da Vila Capanema.

Todos nós sabemos que a torcida paranista é a menos abastada, menos endinheirada, que compra mais no carnê do que à vista, trabalhadora, o operariado de Curitiba e Região Metropolitana. E este proletariado encontrou no Professor Miranda seu líder bolchevique, seu salvador. Ninguém vai ficar na mão com ele no comando, vem prometendo.

É talvez por influência do significado desta importante competição – "libertadores" – que seu comandante agora vem revelando sua face subversiva, progressista, revolucionária, que chegou ao Paraná para libertar os tricolores da pobreza e ostracismo. E nada melhor do que a competição continental para começar a revolução.

Se o técnico Caio Júnior desertou junto com Leonardo, Eltinho, Maicosuel, Gustavo e Sandro, e a insurreição parecia dar com os burros n’água, surge agora o discurso enérgico e otimista do chefe marxista, prometendo um novo exército para a luta contra as grandes corporações capitalistas e opressoras do futebol nacional.

O comandante Miranda deve fazer algumas viagens pelo país e pelo exterior, com ênfase para Cuba, China e Rússia em busca dos reforços para a continuidade de sua gestão altruísta.

Com sorte, ainda para o combate regional, que se inicia logo mais em 14 de Janeiro, poderá já contar com a seguinte legião a defender sua bandeira tricolor:

Técnico: Karl Marx; auxiliar Engels.Preparador físico: Hugo Chávez.Atacantes: Trotsky e Lênin.Meio-campistas: Robespierre, Danton, Marat e Chalier.Laterais: Kameney e Bukarin.Defensores: Fidel e GuevaraNo gol: Mao Tse Tung.

Se a luta der bons resultados ao longo de 2007, o comandante José Carlos de Miranda, que tem seu mandato até o final do mesmo ano, poderá ainda provocar um último lance revolucionário: modificar as leis do estatuto social do Paraná, com a aprovação pelos seus pares no Politburo e lhe dar uma nova reeleição – e assim sucessivamente até o final dos tempos.

A bandeira tricolor poderia então ganhar algumas palavras de ordem, como "hay que endurecerce pero...".

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