Será criado um anticlímax e tanto com esta parada de duas semanas no Brasileiro. Teremos que nos arrastar por quatorze longos dias até a penúltima rodada do campeonato. Serão dias de garimpar pauta em qualquer buraco, de limpar o nariz com o dedo, debruçar-se sobre Dunga e seus Teixeiras.
Os meios de semana foram reservados para os jogos da Sul-Americana. Nenhum time brasileiro seguiu no torneio e a tevê ficou fora do ar para seguir com as emoções do Brasileiro, ora provocando comoção no país com a luta do segundo time mais popular com os pés no patíbulo.
Corinthians e Goiás brigarão até a derradeira rodada contra o rebaixamento. O Paraná corre por fora, assistindo com um rosário nas mãos.
Se sempre o "se" os dois primeiros derem algum mole (mais empates, Dio mio!), e o time do socorrista Saulo de Freitas surpreender Santos, Vasco e o país inteiro, garantirá à nova direção do Tricolor um orçamento mais robusto para 2008. E muitas cascas de amendoim nas arquibancadas do Durival Britto.
Todas estas emoções da Série A foram adiadas. Pausa para check-ups.
Mas o anticlímax só não será maior não tem muita gente que se interessa por Dunga e seus Ricardos, mesmo em jogos Eliminatórias para a Copa da África por conta da boa Segundona, que vem nos divertindo tanto quanto os jogos da elite.
Hoje mesmo tem super-rodada na B. Todos jogarão. Dez partidas, começando às 19h30 e só terminando perto da meia-noite. Título em jogo no Couto. A Portuguesa vem de um esmagador 6 a 2 no Barueri.
Ipatinga, outro que quer o doce que já havia sido lambido pelo Coxa, joga em casa com o bom time do Marília. Os mineiros não devem empatar, como querem os alviverdes. Mas podem.
Aos coxas resta tirar da frente a Lusa e só na sexta, no meio do feriadão, erguer o pirulito bem alto com um "é campeão".
A Segundona nos livrará do tédio e impedirá que fiquemos duas semanas com o dedo no nariz.
Em entrevista às páginas amarelas de Veja, Ricardo, o Teixeira, disse que a Copa no Brasil não custará um centavo ao erário público. Só dinheiro da iniciativa privada. O problema é que o privado e o público desde sempre se beijam de língua, mesmo que oficialmente digam que nem se conhecem.
Que venha a Copa ao Brasil! Também vou querer meu beijo. Não precisa nem ser de língua.
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