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Dizem que o ano só começa mesmo em março, depois do período quente das férias e da farra do Carnaval. Mas para o futebol, 2007 já começou. O descanso é curto, a bola tem suas urgências e já rola desde o início de janeiro, sob sol forte e cãibras.

Dos torneios iniciados em janeiro o mais interessante é mesmo a Copinha São Paulo de futebol Júnior, envolvendo promessas do país todo. É o melhor que se tem neste começo de feira.

Todos os olheiros estão por ali, sem piscar. E não são poucas as chances de se descobrir um guri bom de bola: são 22 grupos – de A a V, quase o alfabeto inteiro – com quatro times cada, num total de 88 equipes; se considerarmos apenas os jogadores titulares, chegamos ao extraordinário número de 968 atletas! É a base de todo o futebol brasileiro que está ali. Portanto, a Copinha paulista, e só ela, é importante neste pontapé inicial da temporada.

E os Regionais?

Pelo que se vê, ano após ano, parece que os Regionais só existem para tapar o buraco que a tradição e a história abriram e cacetear seus torcedores.

O Campeonato Paranaense mal começou e já chateou meio mundo. Para os coxas-brancas, por exemplo, a primeira rodada contra o Rio Branco só serviu para continuar xingando seu presidente Gionédis, e não há indício que será diferente durante todo o torneio. Resta à torcida alviverde aumentar seu repertório de insultos.

O Atlético colocou, no jogo com o Jotinha, seu time B com Dagoberto no banco de reservas apenas para que a torcida rubro-negra possa dar seqüência aos impropérios contra o pobre atacante de Dois Vizinhos. "Deus vai me ajudar e vou seguir a minha vida", vem rezando ele para sair da arapuca em que se enfiou – ou o enfiaram.

E se o Paraná Clube planeja formar time no Regional para embarcar com as malas cheias de esperança na Libertadores, pode ficar com saudades da temporada passada. Já mostrou, diante do Iraty, que tem muita vontade e comando – Zetti começou a enxergar agora o que tem em mãos –, mas de um Paranaense para uma Libertadores os olhos do técnico e dos jogadores têm de ganhar uma lente de aumento. O bicampeonato é bem mais fácil. Aí dá até para jogar com vistas grossas.

Todos sabem que o Paranaense é um torneio-treino. Revela alguns talentos novos e outros tardios, além de aborrecer uma boa parcela de torcedores.

Mas, apesar de tudo, já é um começo.

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