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– Oi, Ney. Preciso de você aqui no Coritiba.

– Hum...

– Peça o que quiser.

– Hum...

– Vamos! Não se acanhe. Diga ao menos três coisas para tirar o Coxa desta situação.

– Um queijo.

– Um queijo?!? Ah, sim, claro. Você é um bom mineiro. E a segunda coisa?

– Outro queijo.

– Outro quei... O que é isso, Ney?!? Tá zombando da minha cara? O terceiro pedido é outro queijo, suponho!

– Não.

– O que é, então?

– Um time competitivo.

– Ah, agora sim! Por que não pediu isso antes?

– É que fiquei com vergonha de pedir mais um queijo.

•••

Jair Cirino chega a Belo Horizonte para um encontro com Ney Franco, negociar sua contratação. Encontra o mineiro sentado numa cadeira de palha dedilhando um violão.

– E aí, Franco? Vamos conversar sobre sua ida ao Coritiba? Ney ergue seus olhos em direção aos olhos aflitos e ansiosos de Jair. Volta a fitar seus dedos marcando uma nota no violão e diz para Cirino:

– Quer ouvir uma música de minha autoria?

– Acho que dá tempo... Vai lá.

O recém-demitido técnico do Botafogo engata um dó maior e solta uma voz melancólica: "Tava na beira do caos / Tava na beira do mal / Numa piração total / Tava na beira do caos / Tava na beira do mal / Numa piração total...".

Jair Cirino interrompe Ney, pigarreando e contrafeito:

– Tá, tá... Sabemos que estamos na beira do caos. Quero saber se você pode tirar a gente dessa...

Ney ignora as palavras do Alviverde e, segurando firme o violão e atento às cordas do instrumento, continua a cantarolar: "Hoje o dia está tão claro / E o tempo é meu amigo / Ontem eu chorei um mar / Mas agora estou tranquilo / Ontem foi que eu nem te vi / Mas agora estás aquiiiiiiii...". Impaciente, Jair diz em tom mais robusto, já que sua voz é naturalmente serena e baixa.

– Ney! Vamos falar de negócio, pô!

Mais uma vez o imperturbável mineiro despreza os apelos de Cirino e segue cantando: "Tava na beira do caos...".

– Ney Francooo!!!!!!

•••

Na coluna anterior, este cartunista – e dublê de cronista esportivo – sugeriu uma receita de maminha na mostarda. Nela recomendei fogo médio para GLP e alto para gás natural. Pontualmente a Compagás procurou-me e marcamos uma visita técnica. Meu problema era uma simples regulagem no fogão. Então, retificando a receita, fogo médio para GLP ou gás natural. Ah, e esqueça o sal grosso; sal normal mesmo.

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