Se de um lado assistimos à triste bancarrota alviverde, por outro vimos uma histórica participação de Atlético e Paraná na definição do título de 2006.

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Caso Erandir tivesse acertado aquele chute ao final da partida contra o campeão São Paulo, azedaria ainda mais a comemoração dos tricolores paulistas. Estariam os rubro-negros bem vingados das pendengas com o time são-paulino – ainda que esse negócio de vingança seja mais coisa para a passionalidade de corneteiros.

Mas o empate por 1 a 1 ficou de bom tamanho, provocou uma constrangedora espera pelo encerramento do jogo da Vila Capanema para que os 70 mil torcedores do Morumbi – e mais os que assistiam pela tevê – soltassem seu alarido de tetracampeão.

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Atlético em São Paulo e Paraná Clube em Curitiba foram co-protagonistas de um domingo de futebol célebre e improvável. Quem iria imaginar que seria assim, com o país todo com um olho no Morumbi, onde o CAP desempenhava bom papel, e outro na Vila, onde o Paranito fazia água nas pretensões do Colorado gaúcho?

Bueno, mui bueno. Melhor ainda pro Paraná, que encurtou o caminho ao título nacional em favor de uma das melhores equipes do futebol mundial e reduziu sua distância à inédita vaga na Libertadores, menina-dos-olhos de qualquer boleiro latino-americano-sem-dinheiro-no-bolso.

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A história que Giovani Gionédis construiu – ou está construindo – no Coritiba, parece obra shakespeareana, com momentos cômicos, trágicos e dramáticos.

Agora lembra Próspero, Duque de Milão, sacerdote de variados poderes e forçado a viver numa ilha, depois de ter sido traído pelos seus pares, em A Tempestade, última peça do dramaturgo inglês.

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Como Próspero, Gionédis também criou seu naufrágio e levou seus desafetos a ter de viver também em sua maldita ilha, levando todos à insanidade.

E como tudo em Shakespeare há ingredientes de traição, ódio, vingança e amor, ainda veremos emocionantes capítulos vindos da ilha de Gionédis.

Com raios, trovões e estrondos vindos de toda parte.

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As imagens de árvores tombadas sobre parte do muro do Couto e o ônibus alviverde atingido por uma delas, depois da tempestade de domingo, foi mais uma comprovação de que Gionédis é mesmo muito azarado.

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Para se ter sucesso no futebol é necessário, além de esperteza, uma boa dose de sorte, coisa que definitivamente falta ao dirigente alviverde.

Se tivesse essa mesma sorte em seus negócios, estaria ali na XV com chapéu na mão sentado debaixo de alguma marquise.