O assunto já cansou, mas este cartunista – e dublê de cronista es­­portivo – precisa de mais algumas linhas a respeito. Até porque o tema ainda está cheirando – mal, diga-se.

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O vai-não-vai sobre o Atletiba de torcida única no final da semana passada, véspera de carnaval, protagonizado, na­­quele momento, pelo Minis­­tério Público e Polícia Militar, invalidou o texto deste dublê, publicado neste mesmo espaço no sábado passado.

Cheguei a elogiar o MP por garantir o direito dos alviverdes em ocupar seus 999 lugares na Vila Capanema. Mas, no fim, o MP botou o 999 de ponta-cabeça, lembrando o número da besta-fera, e decidiu atender a PM, temerosa com a segurança. O que se transformou, vimos depois, numa espécie de "Atletitica". Coisa do tinhoso.

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Com o auxílio luxuoso da Federação Paranaense de Futebol – e consentimento de Coritiba e Atlético –, marcando o Atletiba para a Quarta-Feira de Cinzas, somado à garabulha do MP e PM, deu tudo certinho para destruírem uma edição de Atletiba – o 0 a 0 foi a cerejinha do bolo (encaroçado e indigesto).

E quanto às responsabilidades do desastroso evento? Bem, isso já sabemos. Mas vamos a mais alguns detalhes:

Federação Paranaense de Futebol. Cabe a ela organizar os regulamentos e calendários, usando não apenas tinta da caneta, mas também o cérebro. A sequência de presepadas da entidade vai além da imaginação. Já pode reivindicar citação no Guinness World Records, ao lado, sei lá, da pessoa que produziu a maior bola de seroso do nariz.

Dupla Atletiba. Os dois times representantes da quintessência do futebol paranaense precisam, urgente, abandonar o estilo piririca de agir. Estão mais para piás arteiros do que senhores distintos, cavalheiros... O disse-não-disse envolvendo a definição do estádio para o CAP fazer seus jogos lembrou briga de pátio de 4.ª série.

Também deveriam se sentir mais responsáveis e envergonhados pelas cabeçadas da FPF. Ao contrário, tiram o corpo mole fora, com raras exceções, quando seus interesses, e apenas eles, os fazem levantar a bunda da cadeira.

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Secretaria Estadual de Se­­gurança Pública. Nos dias ne­­gros da desastrosa passagem do Atlético pelo Estádio Janguito Malucelli, a população assistiu boquiaberta a atropelamento e morte, bandidinhos apavorando nos arredores do Ecoestádio, etc., e teve como resposta das autoridades que jogos do CAP ali deveriam ter sido melhor planejados, o que, como vimos, não foi feito plano algum.

A Secretaria carece de mais inteligência – tanto quanto a FPF em futebol – para planejar segurança. E apenas oficial da PM ir aos microfones dar satisfações quando o pior já aconteceu, não pega bem. O secretário deveria mostrar a cara de vez em quando, o que, aliás, nunca vi.

Quanto ao Ministério Público, este só deve mesmo entrar em ação quando os citados acima não tão nem aí para o povão.