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Em meio à garatuja sobre a arbitragem dos Atletibas da final do Paranaense, com o Atlético querendo o soprador do apito vindo do estrangeiro e o Coxa fazendo questão que o homem de preto seja da terrinha, veio à mente uma conversa de botequim presenciada dia desses.

O cavaco na birosca não era exatamente arbitragem, mas acerca de saudosos Atletibas, a maior parte deles jogado no Couto, com público pra lá de 50 mil cabeças e torcida dividida mezzo a mezzo, esparramada pelo Alto da Glória democraticamente.

- Certa vez o Couto estava tão cheio que minha mulher teve de assistir no meu colo, eu tendo de balançar o corpo pra lá e pra cá pra poder ver jogo. Ela coxa-branca e eu atleticano, vestidos com as camisas.

- Bons tempos... Já estive com amigos, paramentados, no meio da galera atleticana. Tudo no respeito, na paz. Ah, a década de 70...

E por aí seguiu o papo, alguns lembrando que o público era muito maior, que nesses tempos bicudos de violência gratuita.

A beleza e alegria desses grandes jogos vêm sendo tragadas desde à criação das primeiras torcidas organizadas. Elas nasceram na tentativa de tornar os jogos mais divertidos, mas, sabemos agora, rebenqueados de saudades, que não precisava.

Os últimos dois Atletibas, com torcida única, devem ser contabilizados no rol de nossas mediocridades. Estamos perdendo este jogo de goleada.

Faltam ideias pra isso. E boas ideias não virão de nossos dirigentes da bola. Parece que só resta nos queixarmos ad eternum: "Ah, aqueles tempos...".

O Paraná jogou contra o Palmeiras com timidez tipicamente curitibana, não querendo se expor muito. Atuou escondidinho.

O Porco o cumprimentou com um "olá, como vai?" e o Tricolor ruborizou, escondendo o rosto, digo, o futebol. Terá de se desinibir bastante, pra eliminar o gorduroso adversário no jogo de volta da Copa do Brasil.

Talvez o início, enfim, da Segundona estadual, sirva pra desacanhar o time – que vinha jogando amocambado desde o início do ano.

Agiram muito bem os pajés paranistas fazendo o jogo na Vila. Ventilou-se ir pro Couto, usando um crédito com o Coxa – deixa o ativo nos juros!

Mesmo com a derrota em 2 a 1 e abaixo de chuva cataclísmica, a torcida aplaudiu, cantou e vibrou como há muito não se via.

No Couto, papão é o Coxa. Bem mais endinheirado do que o Paysandu, leva na carteira 4 gols a 1 pra Belém. A vaga entre os oito melhores da Copa do Brasil já dobra a esquina.

A chuva, também apocalíptica, e o horário, 19h30, atrapalharam público e renda. Coisas da intelligentsia de nosso amado e maltratado futebol.

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