A melhor definição que escutei ontem sobre o Atletiba de torcida única, na Vila Capanema, foi "matar o cachorro para eliminar as pulgas". Não é necessário dizer quem é o cachorro e quem são as pulgas neste caso...

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As opiniões a respeito da nova bananosa são divididas em apenas duas fatias, os que são contra e os que são a favor.

Os contrários ao Atletiba de uma só torcida, marcado para Quarta-Feira de Cinzas, acreditam – como este cartunista e dublê de cronista esportivo – que não só se ma­­taria o cachorro como também a melhor galinha do futebol local.

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E para quem já viu – como este dublê – Atletiba com torcida dividida mezzo a mezzo no estádio e, nestes tempos ultramodernos, ver chegar a este ponto, passaria mesmo a acreditar também no fim do mundo marcado para o próximo dia 21 de dezembro – segundo o misterioso calendário Maia (já não temos problemas o suficiente?).

Por outro lado, os favoráveis à torcida solitária, acreditam que a violência urbana gerada pelo clássico diminuiria bastante, quiçá, conforme os mais crédulos, se extinguiria.

Ainda escutamos coisas do tipo "violência nos estádios", como se o problema fosse exclusivamente oriundo das arquibancadas.

As provocações mútuas das torcidas, separadas por cordão policial, são atividade de creche, comparadas aos quebra-quebras nas ruas, onde parte das organizadas – as pulgas – marca encontros pontuais nas "pistas".

Menos mal que ontem, no final da tarde, após o aresto entre Polícia Militar, Atlético e Coritiba que decidiu pelo Atletiba de mão única, o Ministério Público do Consumidor interveio a favor da galinha poedeira e os 999 lugares destinados à torcida coxa serão totalmente ocupados. Pouco, mas já é uma representação. E direito dos torcedores garantido.

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O Ministério Público salvou o 17.º Atletiba jogado na Vila, que corria sério risco de virar cinzas. Este e, talvez, pelo precedente, os subsequentes.

E outra piadinha que escutei a respeito:

– Atletiba só com a torcida do Atlético pra evitar briga de nada adiantaria. A Ultras e a Fanáticos vivem se pegando.

Desconfio que Juan Carrasco vem acertando o Atlético porque não é retranqueiro, como a maioria absoluta dos técnicos do futebol brasileiro. E porque vem impondo à equipe rígida disciplina tática (Opa! Esta foi de cronista profissional), além, é claro, de ter achado "o" cara. Ligüera está salvando não só o futebol atleticano, mas também o uruguaio. Muita gente – sobretudo rubro-negros – já vinha suspeitando que o futebol do Uruguai estaria extinto.

Soube que alguns colegas ficaram descontentes com as palavras de Tio Wal, salpicadas na crônica do último sábado. Liguei para Tio Wal e ele me disse que mantém cada palavra. E acrescentou:

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– E diz aí pra quem não gostou as minhas "especificações técnicas".

Tio Wal se refere aos seus 1,85 m e 100 quilos; um negão faixa preta em três tipos de artes marciais.

Eu é que não mexo com ele...