Há tempos este cartunista – e dublê de cronista esportivo – não assiste a um jogo da seleção brasileira de futebol com gosto, entusiasmo, na torcida sincera pelo escrete canarinho. Talvez a última vez tenha sido na Copa do Mundo de 2002 – e lá já se vão quase dez anos.

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Naquele Mundial, Ronaldinho, o Fenômeno, virou Ronaldo para emprestar o diminutivo para Ronaldinho Gaúcho, recém-chegado aos holofotes. Ronaldo, com seu indefectível topete tipo Cascão – personagem fedidinho dos quadrinhos de Maurício de Souza –, usado na semifinal e final da Copa da Coreia do Sul e Japão, era um perigo real e iminente para as defesas adversárias, não pelo cheiro, mas pelas suas velozes e hábeis pernas. Certo, é verdade, ele cheirava, sim; cheiro de gol.

Vê-lo superar por duas vezes o então melhor goleiro do mundo, Oliver Kahn, na finalíssima, foi de lacrimejar até Buio, o cachorrinho da família que acompanhava a partida espichado no sofá. Isso depois de Kahn pegar até pingo de suor e nos deixar desesperançosos de que ele seria vazado.

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De Ronaldinho passou a Ronaldo e daí para Ronalducho, como este cartunista o batizou nas primeiras vezes em que foi visto nos gramados desfilando seu bandulho. Hoje é um dos empresários da bola mais bem-sucedidos do país, se não for o mais. Eike Batista que se cuide. Ronalducho enrica na mesma velocidade que estica seu abdômen. Se Ronalducho explodisse, voariam notas de cem reais para todo lado.

Ainda por aquela Copa vimos Rivaldo, o magrão da 10, em sua melhor forma, cansar de fazer gols importantíssimos para o pentacampeonato. Cafu na direita e Roberto Carlos na esquerda nos lembram de um tempo em que se usavam laterais como norma, não como casualidade.

A Copa dos olhinhos puxados e suas consequências para nosso futebol foi tão boa que até Kléber­­son, com apenas um único passe, foi alçado à categoria de estrela do futebol (é um bom jogador, prestimoso e humilde, diga-se, mas...).

Bem, aonde o cartunista quer chegar mesmo? Ah, sim. Lembrei desta Copa – e minha ingênua torcida pela seleção – porque Ricardo Teixeira vem sendo desnudado e nos horrorizando dia a dia. Os fundilhos do morubixaba da CBF estão à mostra e o que estamos vendo nós já sabíamos.

A seleção é apenas o brinquedinho mais precioso e rentável de Teixeira, mesmo gostando mais de cavalos. Com a Copa brasileira ba­­tendo à porta, a marcação homem a homem no matusalém da bola aperta cada vez mais.

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Mesmo pressionado por todo lado, Teixeira não deseja retirar seu traseiro da principal cadeira da CBF. Sobretudo depois que o ex-presidente Lula lhe disse para não ceder aos apupos da mídia, especialidade do petista.

Quem sabe depois que Teixeira deixar a CBF não arranja emprego no instituto – do que e pra que não sei – do ex-presidente.