Amanhã é dia de se fazer a contabilidade das vítimas do feriadão de Carnaval. É assim todo ano: a pandemia momesca sacrifica um punhado de gente em acidentes nas estradas, afogamentos nas praias – e na cachaça – ou mesmo uma inusitada queda do alto de um trio elétrico, entre outras extravagâncias típicas destes dias de folia.

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O balanço final trará alguns recordes (e algumas raras reduções) em relação à temporada passada. Quem sobreviver, verá.

A maioria dos sambas-enredos aposta em dias "pra ser feliz", mas como isso nem sempre é possível pra todos os foliões, o jeito é ir torcendo pra que na quarta-feira reste algo mais do que cinzas.

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A festa pagã também fez vítimas país afora nas rodadas de futebol disputadas em meio ao entrudo. No paulistão – nenhum outro regional ganhou o aumentativo "ão", e todos sabemos a razão – apenas o São Paulo, dos grandes paulistas, ganhou nota máxima em seu desfile em São José do Rio Preto, no sábado, diante do América, goleando em 4 a 2 os histriões da casa.

Com 21 pontos, encostou no líder Santos (22) e vai de novo mostrando que tem samba e bola nos pés para mais um ano de sucessos. Quanto ao Peixe, sofreu um grave acidente nas curvas da Via Anchieta, a "Estrada de Santos", no mesmo sábado, colidindo com o carro alegórico do São Bento, levando a pior (0x2).

Encaminhado ao pronto-socorro, está ainda sob cuidados médicos, devendo receber alta até amanhã, dia de recolher as cinzas e enfrentar o Deportivo Pasto, na Colômbia, em sua estréia na fase de grupos da Libertadores.

Já Corinthians e Palmeiras, oitavo e nono com 15 e 13 pontos respectivamente, vêm dando sinais de que irão retirar seus blocos da rua. Apenas quatro dos vinte times do Paulistão seguem sambando, já na semifinal. Não é – repito – esta mamata que temos por aqui, onde metade dos 16 times ainda irá desfilar na segunda fase, mesmo sem nenhuma ginga nos pés.

Muitos reclamam que o Paranaense (Pára, não enche!) é inchado, com muitos clubes. Ué!?! Com esta fórmula, onde metade do bando é anistiada com uma segunda chance na segunda etapa do torneio, com menos clubes as vantagens só aumentariam! Mais mamata aos preguiçosos, pois.

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Meu palpite – nunca ganhei nem rifa de panela! – é que temos que copiar os paulistas, mesmo. Mantêm-se os 16 times, pontos corridos, turno único, os quatro primeiros numa semifinal com mata-mata, ida-e-volta. Final idem. E como no Paulistão, um troféu Campeão do Interior, entre 5.º e 8.º – excluindo os três da capital –, disputado no mesmo formato das finais. Pronto. Está feito o angu-de-caroço.

Passando a régua: dos jogos de amanhã envolvendo os três muchachos das araucárias (Coxa x Caxias; Coxim x CAP; Paraná x Potosí), nenhum é menos importante, mas o destaque, o mestre-sala, o porta-bandeira é o Paraná, com sua genial – até agora – participação na pândega da Libertadores.

O técnico do time boliviano disse, ao embarcar para Curitiba, que "el equipo viaja com el objetivo de recuperar los puntos que cedió frente al Flamengo".

É mais fácil ele reaver os tais pontos com o próprio Flamengo, no Maracanã, em 18 de abril, do que amanhã, na Vila.

Despues de mañana, miércules de ceniza, Félix Berdeja, director técnico del Real, preguntará al pó: donde estón mios puntos?

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