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Todos os dias vemos notícias que nos deixam embasbacados, como sequestros e balas perdidas, desabamentos, enchentes, incêndios, assassinatos com apurada crueldade, corrupção, etc., etc..

Sacudimos o saquinho de chá na xícara com água quente e pensamos "puxa, ainda bem que isso não é por aqui..." Exceto alguns blecautes na energia elétrica, pisadas em coco de cachorro e boletos de cobrança, nossa vida segue seu curso relativamente em paz.

Gozando de tranquilidade também marchava o Coritiba, liderando o Brasileiro lado B, ru­­mo a Ipatinga, para jogar contra o vice-lanterna homônimo à cidade.

Quem não acompanhou o jogo e soube só depois pelas notícias imediatas da internet, deve ter ficado tão boquiaberto quanto quem lê uma resenha sobre as consequências do vazamento de petróleo no Golfo do México.

Talvez o único que não teve o queixo caído depois dos 5 a 1 no Ipatingão tenha sido Ney Franco. Se você conhece algum coxa-branca, observe seu maxilar inferior. Se você for um, dê uma olhadinha no espelho. Verá que houve, sim, um deslocamento vertical em seu único osso móvel da cabeça.

Hoje tem jogo em Joinville, com o Duque de Caxias. Com apenas três pontos acima do quinto colocado – o Náutico –, o Verdão precisa vencer. Um novo fiasco – mesmo uma derrota simples em Joinville já seria desastroso – poderá lançar o Alvi­­verde para fora do G4.

É pouco provável que isso ocorra, acho. Mas a questão é que não basta ser líder, é preciso agir como um. A goleada revelou um caráter do time que o bom de­­sempenho, antes do sinistro jogo, em­­baçava: o de um time mais frágil e vulnerável do que imaginávamos.

Além disso, as mudanças tresloucadas feitas por Ney deram a impressão de que ele ainda não havia digerido bem a feijoada daquele sábado. Ele e o time estavam sonolentos como se tivessem se fartado do típico prato sabático.

Para o jogo de hoje é prudente levar um torniquete para a mandíbula. Seria um horror ver torcedores coxas saindo da Arena Joinville parecendo uma pintura de Edvard Munch, autor de O Grito.

Carpegiani vem experimentando de tudo para montar um time. Cada jogo é uma tática e uma equipe diferente. É tanto impasse e equívocos que a torcida teve de interferir, no domingo, contra o Flamengo, exigindo Branquinho no lugar de Marcelo, logo no início do jogo. O "fessor" rubro-negro fez certo em não queimar o jovem Marcelo. Deu ouvidos à torcida só na virada para o segundo tempo. Mas é bom ficar atento. Senão, daqui a pouco, terá de dar uma camisa para o Bolinha, um dos personagens mais queridos da torcida atleticana.

E o Paraná?

Ufs... Depois te conto...

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