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Uma das impressões mais desagradáveis que podemos experimentar é aquela de repisar o mesmo chão durante um período longo demais e, no fim, concluir que não saímos do lugar, que andávamos em círculos sem realizar efetivamente coisa alguma. Nem mesmo teríamos gastado o tempo. O tempo, neste caso, é como um relógio de vitrine de relojoaria: sempre marca 10h10. Apenas uma vez ao dia, involuntariamente, oferece a hora certa, depois volta a mergulhar no vácuo, privado de qualquer sentido e vontade. Um nada procurando se preencher... com nada.

A filosofada acima me ocorreu forçosamente enquanto botava os olhos na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, lado A e B, envolvendo os times da casa. Coritiba, Atlético e Paraná se mantém correndo atrás do próprio rabo, rodopiando sobre si mesmo, permanecendo no mesmo ponto de partida, depois de alguns giros por aí.

Não saem do lugar. Algo em torno da 12ª e 16ª posição. São como um relógio marcando permanentemente 10h10. Há rodadas não vemos um avanço ou recuo significativo, visível. Apenas passinhos tímidos e maçantes à frente e outros para trás.

(Dia desses me deparei com pulgões no meu pé de manjericão cultivado em vaso; antes de exterminá-los – infelizmente sacrificando também a planta –, fiz questão de comprar uma lupa para observá-los. Só com muita paciência é que se percebe os movimentos dos canalhinhas. Lembrei de nossos times enquanto acompanhava o deslocamento dos parasitas. Difícil vê-los se mexer.)

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O presidente do Atlético Mi­­neiro, Alexandre Kalil, disse dia desses que só existe um Atlético, o dele. Bobagem, claro, mesmo sabendo que o nosso Atlético está 13 posições abaixo do Galo no último ranking da CBF: 1.992 pontos contra 1.270.

Sexto lugar e décimo nono, respectivamente. Se o CAP não tivesse deixado escapar o Brasileiro de 2004 e a Libertadores 2005... Bem, o Atlético deles é melhor que o nosso, porém não o único, como quer o sr. Kalil.

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Roberto Cavalo, o enésimo técnico tricolor na temporada, ainda não decidiu se está otimista ou pessimista quanto o acesso do PR Clube ainda neste torneio. Por precaução, fez as contas mínimas para um objetivo mínimo, que é não cair à Terceirona: mais 20 pontos. Isso na avaliação pessimista. Na otimista, ainda daria para subir.

Com 15 rodadas para o término da competição, Cavalo terá de botar o time para correr, e muito, se quiser o G4. Não dá mais tempo de ir no trote. Agora só a galope. A carreira começa hoje, na Vila, contra o Juventude. Se não vencer, é capaz de ser eliminado junto com o manjericão.

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