Ai, minhas costeletas, minhas suíças... Acima delas, minhas orelhas, ardendo de tanto ouvir truanices e mesmices sobre a seleção, a Copa, o futebol, quanto futebol, Deus!

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Ouve-se um "gol" a cada segundo. Quantos comentaristas! Em cada programa de tevê são empoleirados uns dez, doze, dizendo, maldizendo, escalando, achando isso ou aquilo.

Desjejuamos, almoçamos, lanchamos e jantamos bola. Gooooooool! Na traaaave! Pe-na-li-da-de má-xi-ma!

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O Brasil será hexa? Não, sim, talvez, quem sabe. Quarteto mágico? Não, sim, talvez, quem sabe. O time ideal é Ronaldinho Gaúcho solto mais dez pra ajudá-lo contra os flertes dos adversários e das marias-chuteiras? Não, sim, talvez, quem sabe. Pô! Você não tem opinião a respeito? Tenho, e é essa: Ronaldão está gordo, sim!

E Weggis? Viu como está aquilo? Que festa! Samba, suor e "caipirrrinha". E brasileiras, muitas brasileiras, morenas, devidamente bronzeadas antes de sair do Brasil, por supuesto, enlouquecendo os branquelos suíços. Que futebol, que nada. O helvéticos querem apenas suas mãos bobas passeando do lado de fora do estádio onde treina a seleção. Lá fora é que rola diversão das boas. Ó, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão. É inveja porque você não está lá. Não, sim, talvez, quem sabe.

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Estou a rever meus conceitos/preconceitos futebolísticos, pois. Isso veio à baila depois de participar do evento "Futebol à Margem do Tudo", promovido pelo SESC da Esquina.

Este dublê de cronista esportivo foi enfiado no meio de alguns craques no assunto, num debate, com Gil Rocha, Levir Culpi, Kledir, da dupla Kleiton e Kledir, Beto Xavier, radialista de Floripa, Antônio Carlos Gomes, diretor científico do CAP, Vander Lee, músico mineiro, e Maurício Murad, professor da UERJ, doutor em Sociologia do Desporto. O mediador foi Rodrigo Ferrari, editor especializado em futebol.

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Adivinha quem, da lista, entendia – ou entende – menos de futebol? Acertou. Este dublê, é claro. Kledir e Vander Lee, os dois músicos, me proporcionaram menos desconforto, pois éramos os únicos a driblar nossa ignorância sobre o assunto com gracinhas, desdenho, enquanto os demais esbanjavam grande repertório futebolístico, com dados estatísticos, histórias e causos.

Quase entrei mudo e saí calado. Consegui garimpar algumas piadas e descolei uma ou outra gargalhada da platéia. Mas perdi pro Kledir, muito mais engraçado.

Mas bom é que, depois desse encontro, revisei algumas idéias furadas que tinha sobre como melhorar o futebol. Uma delas, a mais importante, é a tevê, o replay, arbitrando um jogo. Nada disso. Quero mesmo é o erro, o juiz ladrão, o bandeirinha FDP, as faltas e cartões invertidos. As pisadas na bola. Arbitragem eletrônica é uma bobagem. Seriam mais 90 minutos de tédio em nossas vidas.