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O Coxa vive hoje o primeiro dia do seu século II. Foram muitos os festejos, que ainda se arrastarão até no­­vembro. Entrou definitivamente para o distinto grupo de clubes centenários do futebol brasileiro.

Teve de tudo um pouco em sua co­­memoração pela data mais que es­­pecial: de selo comemorativo impresso pelos Correios a páreo no Jockey Club; de missa a forró no gramado; de corrida a carreata; de inauguração do Memorial à cobertura ao vivo pelo portal da Gazeta do Povo – ótima ini­­cia­­tiva de Leonardo Mendes Jr., nos­­so incansável editor de Espor­­tes.

Teve ainda uma inesperada e indigesta derrota para o Barueri, no sábado, aguando ligeiramente o chope. Água que não faltou também ontem, com pancadas de chuva, frio e algumas solitárias rajadas de sol. (Outubro não tem sido mesmo um bom mês para o Coxa – em 2005 perdeu oito jogos seguidos e foi rebaixado praticamente no mês de seu aniversário.)

O Alviverde ganhou também uma homenagem de página inteira nos jornais do arquirrival Atlé­­tico, parabenizando-o com um anúncio, no qual foi estampado o título "Ei, Coxa, parabéns!".

Muito criativo e oportuno. Fair-play de primeira, como já havia feito o Coxa quando o Rubro-negro foi campeão brasileiro em 2001, também em anúncio de página inteira (de memória; se não for isso, é quase): "Parabéns, Atlético, por subir ao Alto da Glória".

Há oito rodadas na 15.ª posição na tabela e a apenas cinco pontos acima da ZR, faltando apenas nove voltas para o fim do Brasileiro, não poderá deixar nem sequer esfriar os rojões e aproveitar as sobras, se houverem, para comemorar a necessária e imprescindível permanência na elite, o presente que não poderá faltar no pacote do Centenário.

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A volta dos mata-matas ganharam atenção novamente. A tevê vem se queixando de queda na audiência em dias de jogos e atribui aos pontos corridos a culpa pela falta de espectador.

Há tempos defini minha preferência por mata-matas. São a me­­­lhor oportunidade para times me­­nos estruturados e endinheirados chegarem ao título brasileiro. Pon­­tos corridos são mais justos, sim. Mas para quem? Nunca, ou ra­­ramente, darão chance a times de menor estrutura levantar a taça.

Além do que, se um time disparar muito à frente, como aconteceu em 2003 com o Cruzeiro, ninguém mais vai se interessar. As atenções ficam só para a ZR. Uma chatice. Pontos corridos foram feitos sob medida para o futebol paulista, que vem dominando há tempos o nacional e botando para correr os demais clubes.

Minha fórmula ideal seria: pontos corridos, turno e returno; os oito melhores fazem um quadrangular final, em cruzamento olímpico. Se a tevê e a CBF distribuíssem mais equanimamente a grana para os participantes, talvez os pon­­tos corridos ficassem mais interessantes, como no rico futebol europeu.

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