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Há momentos em que você gosta mais de ir ao cinema, vai pelo menos uma vez por semana, talvez duas; depois troca pelos vídeos e desaparece das salas de filmes; em outros prefere o teatro, acha muito legal e até acompanha a programação das peças em cartaz; tem aquele período em que você freqüenta sempre o mesmo boteco, para em seguida trocá-lo por outro, até descobrir um próximo.

Tem aqueles instantes sucessivos em que a pizza é o prato principal, senão o único. Depois vem a sopa, e depois de experimentar todas as variações possíveis da beberagem, você coloca o peixe no lugar, pra freqüentar sua mesa frito ou cozido.

E tem aquela roupa que você usa até esfarelar porque gosta muito do caimento. Isso até uma outra vir em socorro.

O futebol não escapa desse pega-e-larga, puxa/empurra, ape go/desapego, atração/indiferença.

Para o torcedor sempre tem "aqueles tempos áureos" em que não perde uma só partida do seu time na temporada. Depois vive momentos de cansaço, empapuçamento, tudo desanda e ele abandona, pelo menos por um tempo, seu time de coração. Alguns somem para sempre.

Mas o time às vezes também se afasta do torcedor, cansa dele e desejaria que seu estádio ficasse vazio em determinados jogos (talvez naqueles em que não poderia perder ou jogar mal de maneira alguma, e não iria querer ninguém nos alambrados xingando ao final do jogo).

A relação torcedor/time é a mesma que todos sentem em relação a todo o resto na vida, por supuesto: amor/ódio. E ninguém escapa disso.

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Um passo pra frente, dois pra trás; mais um e meio pra trás e dois pra frente. Assim vivem a maioria dos times nos campeonatos A e B do Brasileirão.

Poucos conseguem manter uma seqüência maior do que duas ou três vitórias e disparar na tabela. Sempre tem um empate ou derrota no caminho.

Nas últimas dez rodadas o Atlético quase conseguiu quatro seguidas (ops!), não fossem os cinco que tomou do Fogão. Ficou em três partidas sua melhor soma de vitórias (Ponte, Flu e Santos).

O Coxa empatou com o CAP nessa. Fez também três seguidas, com Gama, Avaí e Remo. E só. Teremos mais?

Quanto ao Paraná, nestas mesmas últimas dez rodadas não conseguiu sequer duas partidas contínuas de três pontos.

Por outro lado, em termos de freqüência, teve aquelas quatro derrotas no currículo, quando vinha bem até então.

São seqüências assim, de vitórias ou derrotas, que fazem o torcedor considerar quanto de amor ou ódio vai oferecer ao time nos alambrados após as partidas.

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