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Ainda se escutam buzinas e foguetórios pela cidade com o título do desjejum do Paraná. Com a barriga cheia, El Paranito agora pode tirar sua "siesta" tranqüilo e refletir sobre o que foi esse "Torneio Avestruz", o campeonato do Severiano, que não pôde entregar as faixas aos campeões, nem mesmo acompanhar as partidas da final. Prisioneiro de suas próprias sandices.

– Ele volta.

– Não volta.

– Volta sim. Até está assinando cheques, mesmo com os grilhões.

– Deram-lhe caneta?!?

– As memórias do cárcere vão ficar pra depois. Agora vai gastar a receita do Paranaense. Só na partida da decisão, no Pinheirão, deu lucro líquido de R$ 212.765,05.

– Dá pra alugar um helicóptero para um "habeas-corpus alternativo", tipo "Escadinha".

– Dá e sobra.

***

Os aplausos que a torcida paranista ofereceu ao time da Adap, depois de tudo somado e consumado, foi em agradecimento. Gratidão por limpar o caminho ao sétimo título paranaense. O time Mourãoense simplesmente eliminou a dupla Atletiba e se entregou ao charme da Vila, Tá Na Hora. Isso não é pouco e metade do título tem que ser oferecido à Adap, junto com os aplausos. E bis, muitos bis.

E Maringá se redimiu com o Paraná Clube. Mandar jogo na Cidade Canção nunca mais. Quem manda jogo lá, não manda em nada. Foi assim com o próprio Tricolor, que "desmandou" jogos com os grandes paulistas no Brasileiro do ano passado. Foi assim agora com a Adap, que teve de abandonar seu território e, desavisada, desmandar seu jogo da final lá. 3 a 0 e o refrão: Maringá, Maringá / Para havê felicidade / É preciso que a saudade / Vá batê noutro lugá. (da letra de Canção a Maringá, de Joubert de Carvalho)

O Paraná deve voltar lá só como visitante. E se possível, sem pernoitar.

***

"O futebol reproduz a sociedade. Para cada vencedor, há milhares de vencidos", disse em entrevista à Folha de S. Paulo o diretor Ugo Giorgetti, do filme "Boleiros – Era uma Vez o Futebol...", de 1998 e sua seqüência "Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos", lançado recentemente. Ainda diz, sobre vencedores e vencidos, que "É mais ou menos isso o que significa aquele garoto [personagem do filme] encarcerado. São os vencidos do futebol e da vida".

Severiano é um típico personagem de Giorgetti.

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