Uma coisa que combina muito bem com futebol é o discurso motivacional, a prática da auto-ajuda. Não é de hoje que o futebol bebe da fonte.

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Rezas, palavras de ordem, gritos de guerra e mandingas estão para o futebol como a pizza está para o Congresso Nacional.

O velho e rude esporte bretão não abre mão de qualquer recurso do extraordinário, do apoio luxuoso do Sr. Sobrenatural de Almeida.

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O novo técnico coxa-branca, René Simões, sabe disso. Sabe que só um time de bons (?) jogadores não será suficiente para devolver o Coxa à Primeira Divisão.

Precisará de algo mais. Terá que rodar muito vídeo, gastar muita saliva e usar todo seu repertório de fábulas e frases de efeito para acordar o guerreiro adormecido em cada atleta. Ainda mais em atleta que rala na Segundona, a espera de um convite para uma festa no salão principal.

Máximas de estímulos não são difíceis de pensar. Coisas como "Se você vibrar só com pensamentos positivos, suas ações conseqüentemente também serão positivas", ou "Não são os outros que nos dão oportunidades, nós é que temos que buscá-las" serão marteladas nas cabeças dos jogadores do Alto da Glória à exaustão. O problema será a prática dos ensinamentos do guru alviverde antes que os cérebros rachem.

No primeiro jogo da "gestão auto-ajuda" de Simões, contra o Brasiliense, depois de estar perdendo de 1 a 0 no primeiro tempo de jogo, o guia espiritual coxa-branca deve ter descido ao vestiário com palavras otimistas diante da adversidade. Algo como "A solução dos nossos problemas está dentro de nós", poderia ser usado. Se usou algo assim, acertou. A solução do problema estava mesmo dentro de um deles, de Gustavo. Substituindo Juninho – que parece que ainda não descobriu o que tem dentro dele -, Gustavo devolveu a René a força da palavra.

E se o time perdesse? Bem, tem uma boa para quando o infortúnio bater à porta do Couto: "Todo fracasso ensina ao homem algo que ele precisa aprender". E se o fracasso voltar pode usar um simples "O trabalho perseverante vence todos os obstáculos".

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E se por acaso o time comandado pelo mentor Simões perder, digamos, umas quatro ou cinco partidas seguidas?

"Foi um prazer, René".

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O Atlético de Antônio Lopes anda precisando de uns livrinhos emprestados de René. O baixo astral ali é visível. Da diretoria ao time, passando pela torcida, os fluidos não são nada bons. O desejo de sucesso é grande, mas a cartilha que estão lendo está em grego. Talvez os planetas não estejam devidamente alinhados.

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Por precaução – e já que é moda – o Paraná Clube também deveria dar uma reciclada no assunto. Uma vez que as arbitragens não estão ajudando, nem os livros de leis do STJD, só mesmo a auto-ajuda.