No clássico paulista do fim de semana, a escalação do Corinthians com dois meias na função de alas, que iam para o ataque e não voltavam para marcar, facilitou bastante as jogadas do São Paulo pelas laterais. Os três gols começaram desta forma.

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Mais importante ainda que o esquema tático dos dois times foi a vitória da equipe mais segura, mais experiente, mais forte fisicamente e individualmente e mais tranqüila. O Corinthians é um time muito nervoso, recordista de cartões vermelhos no campeonato, como mostrou a Folha de S. Paulo. Os jogadores correm, mas sem saber para onde e por que.

Repito a pergunta que fiz no ano passado. Pelo seu comportamento agressivo e prepotente durante os jogos e nas entrevistas e pelas suas condutas técnicas no comando de suas equipes, Leão ainda merece ser citado como um dos quatro melhores treinadores brasileiros, já que temos excelentes técnicos, como Luxemburgo, Paulo Autuori, Muricy Ramalho, Abel Braga e outros?

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No clássico mineiro, a vitória do Atlético foi merecida. O Cruzeiro avançava, ao mesmo tempo, os dois volantes, os dois laterais e deixava grandes espaços na defesa para os rápidos e eficientes contra-ataques do Galo.

Outro ótimo clássico foi o carioca, entre Botafogo e Flamengo. Os dois times, além do Vasco, estão melhores e mais bem preparados fisicamente que no Estadual do ano passado. Isso sem falar no América, único time já classificado para as semifinais da Taça Guanabara.

Adorei os três gols do Romário. Vou torcer para ele fazer os mil. No seu terceiro gol, contra o Volta Redonda, Romário correu para a área, fingiu que ia para um lado e foi para o outro (fintou o adversário com o corpo), e cabeceou livre no canto.

Diferentemente de quase todos os atacantes, que estão sempre colados aos zagueiros dentro da área, Romário, em uma fração de segundo, foge do defensor. Está sempre desmarcado. O adversário não consegue acompanhar o seu raciocínio. Muitas vezes, nem o companheiro. Simples e genial. O talento é a arte de tornar simples o que é complexo. Pena que o tempo passa.

O Fluminense contratou demais, como disse PC Gusmão. Chegaram bons reforços e vários jogadores ruins. A responsabilidade é do técnico e do Branco, supervisor do time.

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Uma equipe que tem um líder instável, nervoso, individualista e que se acha craque (não é), como Carlos Alberto, não tem futuro. Se ele tivesse mais consciência de suas virtudes e deficiências e fosse menos endeusado, seria um ótimo coadjuvante para qualquer time. Não me convence também esse lugar-comum de que o entrosamento só aparece com o tempo. É uma boa desculpa dos treinadores para as derrotas. O tempo é relativo.

Quando são contratados bons jogadores, com características diferentes e o técnico consegue colocá-los nas posições e funções corretas, o entrosamento ocorre no primeiro encontro, no primeiro olhar, no primeiro treino. Pelo menos, dá sinal de que algo de bom vai acontecer.

O mesmo ocorre no fascínio amoroso. Se não "pinta" nada diferente, interessante, no primeiro encontro, se a alma não saltita de emoção no primeiro olhar, não vai acontecer nada. Só existe amor à primeira vista. Isso é uma coisa. Outra é saber se essa "química", esse encanto (entrosamento) inicial, vai prosperar ou se vai desaparecer. Aí vai depender de muitos bons treinos e de muitas outras coisas.