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Quando o adversário está com a bola, quase todos os times e seleções da Europa jogam com os quatro defensores um pouco mais à frente e os quatro armadores mais atrás, formando duas linhas de quatro na intermediária muito próximas, com a finalidade de diminuir os espaços e dificultar a organização de jogadas. Itália e França fizeram isso muito bem na Copa. Não foi também novidade.

Em compensação, aumentam os espaços nas costas dos zagueiros para os passes mais longos. Adriano e Ronaldo, pesados, não aproveitaram isso contra a França no Mundial. Essa sempre foi uma das principais virtudes do Ronaldo.

Um armador brasileiro poderia também aparecer de surpresa nesses espaços nas costas dos zagueiros, como fez Mineiro no gol do título mundial do São Paulo contra o Liverpool, time que se defende da mesma forma. Mas o Brasil não se preparou para isso. Preferiu os treinos diários de dois toques na metade de um campo e com jogadores fora de posição.

No Mundial, o time brasileiro só aproveitou esses espaços contra Gana, que fez uma tática suicida ao colocar os zagueiros no meio-campo. Por outro lado, Gana teve mais posse de bola e muitas chances de gols.

Quando uma equipe joga com os zagueiros adiantados, é necessário que o goleiro atue um pouco fora do gol, que fique atento, que seja rápido para sair na cobertura e que tenha habilidade com os pés. Ele se torna um líbero. Só Rogério Ceni faz isso muito bem.

O Barcelona também joga com os zagueiros mais na frente, mas diferentemente dos outros times europeus, seus armadores não recuam para fechar os espaços. Eles avançam para tomar a bola no campo do adversário.

O América do México e, provavelmente o Inter, terão de ter cuidado para não perder a bola nas suas intermediarias e, ao mesmo tempo, tentar aproveitar os espaços nas costas dos zagueiros do time catalão.

As equipes brasileiras jogam normalmente com os defensores muito recuados, muito próximos da grande área. Isso dificulta o passe mais longo, porém facilita para o adversário tocar a bola e chegar com ela dominada perto do gol, principalmente quando os armadores atuam mais à frente.

Todos esses detalhes táticos têm vantagens e desvantagens. O importante é utilizá-los no momento certo. A teoria costuma ser totalmente diferente da prática. Mas a prática sem a teoria é uma grosseira simplificação.

Em qualquer atividade, não é difícil aprender bem a teoria. Basta esforço e dedicação. Porém, para juntar a teoria com a prática, é preciso de muito talento.

Lei de incentivo

Sou a favor de incentivos ao esporte, desde que não prejudique a cultura, não favoreça o esporte de alto rendimento em detrimento ao esporte de apoio social e de promoção da saúde e que o dinheiro não chegue aos aproveitadores ou aos políticos que utilizam o esporte para suas promoções pessoais.

Além disso, o governo poderia aproveitar desse momento para exigir contra-partidas das entidades que irão receber benefícios e para promover mudança nas leis dos esportes, como impedir que pessoas e familiares se perpetuem no poder.

Enquanto a cultura e o esporte lutam por seus benefícios, o Brasil piora no ranking do Unicef de mortalidade infantil até 5 anos. Poderia ser chamado também de ranking da moralidade. O Brasil está em 86º lugar, melhor que somente três paises da América do Sul (Bolívia, Guiana e Suriname).

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