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O Inter mereceu o título e pode repetir nos próximos anos o sucesso nacional e internacional do São Paulo. Para isso, vai precisar manter a qualidade, mesmo com a inevitável troca de alguns jogadores.

Isso não é fácil. O São Paulo, que fez isso muito bem nos últimos tempos, teve este ano um time pior do que o do ano passado. No lugar do excepcional Amoroso entrou o esforçado, solidário e limitado Leandro, supervalorizado pelo Muricy e pela imprensa.

No jogo mais importante do ano, o experiente Rogério Ceni teve uma infantil e decisiva falha. Por tudo de extraordinário que já fez para o São Paulo, ele merece mil perdões. O experiente Clemer também falhou feio no segundo gol.

Esses erros nos ensinam mais uma vez que a experiência é relativa. Como escreveu Pedro Nava, a experiência é como um farol virado para trás. Na frente, continua tudo escuro.

Talento e garra

Na estréia de Dunga, gostei de ver o auxiliar Jorginho assistindo ao jogo lá de cima, onde se vê melhor o conjunto. Espero ainda que o Jorginho, ao assumir o cargo, tenha se afastado imediatamente da atividade de empresário de atletas, que exercia ao lado do ex-jogador Bebeto.

Dunga armou a equipe contra a Noruega com dois volantes e um meia de cada lado, bem abertos. Era o que esperava, mas não era o que queria.

Desde 1966, há 40 anos, quando a Inglaterra ganhou a Copa, passando pelo Brasil no mundial de 94, a maioria das equipes joga dessa forma, como vimos no mundial da Alemanha, inclusive a seleção brasileira, com Ronaldinho e Kaká atuando abertos, marcando no próprio campo para depois tentarem chegar ao ataque.

Esse esquema tático é bom, com vantagens e desvantagens, como todos os outros. A principal vantagem é ter uma linha de quatro no meio-campo protegendo os quatro defensores. A principal desvantagem é não ter um armador pelo meio, mais próximo dos dois atacantes.

A principal função de um técnico é ajudar aos jogadores, principalmente aos melhores, a jogarem tudo que sabem. Por isso, Ronaldinho e Kaká deveriam atuar de uma maneira parecida que fazem nos seus clubes.

Pelo jeito – espero que esteja enganado –, os dois vão substituir e atuar como fizeram Elano e Daniel Carvalho contra a Noruega e como atuaram no mundial. Se foi um fracasso o time e os dois na Copa, por que repetir essa formação?

O excepcional meia ofensivo Raí, que se destacava por atuar próximo e/ou dentro da área adversária, fracassou também na Copa de 94 porque jogou de meia direita recuado, marcando também no campo do Brasil para depois avançar. Parreira repetiu o erro com Ronaldinho e Kaká.

Além do Sóbis, Ronaldinho e Kaká, faltaram na última convocação o Ricardo Oliveira, Josué, Mineiro e Julio César. Não dá nem para comparar o Ricardo Oliveira com o Wagner Love e o Josué com o Dudu Cearense.

Eu queria ver também a seleção, com tantos craques, jogar como o São Paulo e Inter. É o estilo organizado e guerreiro dos dois times que fazem os jogadores atuarem melhor e correrem mais, e não o contrario. E a união do talento com a garra.

Mudanças

Leão começou bem no Corinthians, com uma vitória, com o afastamento do Marcelinho e com os retornos do Gustavo Nery e Roger. Quando um time vai mal, a solução não é tirar os melhores com a justificativa de que os piores vão correr mais. A solução é fazer com que os melhores joguem tudo que podem.

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