Está duro de ler, escutar e ver tantas tragédias nos noticiários diários; tanta violência em suas várias formas; tanta destruição do meio ambiente; tantos gastos acima do previsto com o Pan; tantas trocas de favores e elogios por outros interesses; tanta miséria; tantos problemas nos aeroportos, na saúde e na educação; e tanta ineficiência e lentidão para resolvê-los.

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Está duro de ver tanta violência nos gramados, nas arquibancadas e perto dos estádios; tantos jovens saindo do Brasil para jogar no exterior; tantas partidas ruins e tanta incompetência e promiscuidade na gestão do futebol.

Ainda bem que não param de surgir grandes promessas; que há belos jogos e com muitos gols, como o entre Botafogo e Vasco; que há alguns técnicos inovadores e ousados, como Cuca; que há alguns poucos dirigentes que querem mudar o futebol, como Bebeto de Freitas; e ainda muitos brilhantes jornalistas esportivos, independentes, críticos, que não vão atrás de opiniões festivas e interesseiras, como Fernando Calazans.

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Ainda bem que há pessoas generosas, ternas, éticas, preocupadas com o meio ambiente, com as injustiças e que não são cúmplices de uma sociedade gananciosa, hipócrita e do espetáculo.

Ainda bem que as quaresmeiras continuam belas apesar do final da Quaresma, que os passarinhos não param de cantar, que tenho a companhia de pessoas queridas e disposição para sonhar e buscar novas experiências e que, de vez em quando, posso me desligar e sair por aí, distraído, caminhando contra o vento, infelizmente com documentos.

A coluna voltará a ser publicada no dia 6 de maio.

Chuva de gols

Os oito gols do clássico entre Botafogo e Vasco foram decorrentes do acaso; dos mistérios do futebol; de acertos e erros individuais; da vontade dos jogadores; da ousadia dos técnicos e da fragilidade defensiva dos dois times, mesmo com três zagueiros.

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Como o Botafogo tinha um meia-ofensivo (Lúcio Flávio) e mais três atacantes (Zé Roberto e Jorge Henrique pelos lados e Dodô pelo centro), o Vasco jogava com Abedi mais de ponta-direita do que de ala e as duas equipes não tinham um marcador fixo pelos lados, havia grandes espaços nas laterais que foram muito bem aproveitados. Os zagueiros e armadores tentavam fazer a cobertura e estavam sempre atrasados.

Em vez de três zagueiros sem um lateral nem ala fixo, é muito mais fácil, simples e prático jogar com dois zagueiros, dois laterais, três no meio-de-campo e três atacantes, como fazem hoje muitas grandes equipes da Europa. Nenhum time joga com três zagueiros e três atacantes, pois sobram apenas quatro jogadores para as laterais e o meio.

O Botafogo tem jogado um futebol eficiente, inovador e ousado, mas pode ficar ainda melhor na defesa, sem piorar o ataque.

O correto seria ter jogos na Vila Belmiro, em Bragança, no Morumbi e em São Caetano. Do jeito que vai acontecer, ficou ainda mais fácil para Santos e São Paulo fazerem a final. Aí, a vantagem do Santos será jogar por dois empates ou por uma derrota e uma vitória pela mesma diferença de gols, e não por dois resultados iguais.

A presença de três grandes times da Inglaterra nas semifinais da Copa dos Campeões e de três da Espanha na Copa da Uefa confirma o que acontece nos campeonatos nacionais da Europa. A Inglaterra tem no momento os melhores grandes times do mundo, enquanto na Espanha existe mais regularidade e maior número de boas equipes.

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