Com a exceção do bom futebol coletivo da Alemanha, e dos belos lances individuais de Messi contra a Nigéria, as partidas têm sido fracas. Na primeira rodada, é a menor média de gols de todas as Copas (1,56 por jogo). A segunda menor foi na Copa de 1986 (2). Em 2006, a média foi de 2,44.
É a Copa do futebol tático. Quando um time está com a bola, o outro recua, fecha os espaços na defesa e inicia a marcação no meio de campo. Ao recuperar a bola, todos os jogadores estão longe do outro gol. Dá tempo para a outra equipe voltar e esperar.
Quem tem a bola toca para o lado. É o passe seguro e certo. Ninguém quer perder a posse de bola. Domina e passa. É o futebol de dois toques. Agora, entendo porque os técnicos fazem tanto esse tipo de treino.
É raro ver um volante dar um passe mais longo e para frente. Gilberto Silva demora anos para dominar e bola e tocar para o lado.
Os dribles são cada dia menos frequentes. A Espanha, que tem uma ótima troca de passes, pouco dribla. Faltou o drible contra a Suíça. A Espanha, mal escalada, com apenas um atacante (Fernando Torres entrou na metade do segundo tempo), três volantes, e Xavi fora da posição, atuando mais à frente, de meia, não conseguiu vencer o ferrolho suíço. E ainda perdeu o jogo.
Mesmo assim, a Espanha, como o Brasil, continua forte candidata ao título. Aumentaram as chances de as duas seleções se enfrentarem nas oitavas de final.
Nenhuma seleção marca por pressão. O Brasil não tomou uma bola no campo da Coreia do Norte. Seria fácil fazer isso, já que os coreanos não têm habilidade para saírem de uma marcação.
Como vi nos últimos anos quase somente jogos pela televisão, estou com a impressão, depois de ver no estádio alguns jogos da Copa, que o mesmo jogo é melhor na tevê do que no campo. Na tevê, fica mais vibrante. Ou é o narrador que narra outro jogo?
O futebol atual lembra o dos anos 1980. Um time esperava o outro, e nada acontecia. Empate era bom. A Fifa mudou a regra a partir da Copa de 1994, e a vitória passou a valer três pontos. Isso levantou o futebol. Se os jogos desta Copa continuarem fracos até o final, a Fifa terá novamente que fazer alguma coisa.
Os técnicos, excessivamente pragmáticos, tomaram o futebol dos jogadores. É o bom espetáculo que mantém o prestígio do esporte.
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