Roberto Carlos volta hoje contra o Fluminense. Ele fez muita falta contra o Grêmio. Roberto Carlos ainda é o principal lateral brasileiro. Já Ronaldo continua de fora. O apaixonado torcedor do Corinthians sente-se honrado em ter Ronaldo no time, mesmo que ele jogue mal ou não jogue.

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Jucilei mostra que poderá ser titular da seleção. Ele, além de forte e de marcar bem, foge do trivial dos volantes, de dominar a bola e tocar para o lado. É o futebol de dois toques.

Nas primeiras partidas que fizeram juntos, Conca e Deco, um de cada lado, tentavam juntos voltar ao próprio campo para marcar e ainda chegar juntos ao outro gol. Não conseguiam. Nos dois últimos jogos, Deco passou a jogar mais recuado, na linha dos armadores, e Conca, um pouco mais à frente. Assim, ficou melhor.

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O Cruzeiro, com Cuca, é menos brilhante, porém mais seguro e regular que na época de Adílson Batista. Isso ocorre porque, hoje, os dois laterais marcam mais que atacam. Além disso, há sempre um volante à frente dos dois zagueiros ou um terceiro zagueiro, o que não acontecia.

O Botafogo mostra a cada partida que está no nível dos melhores. Joel não entende apenas a "linguagem dos boleiros". Ele entende muito de futebol.

Os brucutus continuam marcando Neymar na trombada. Suas quedas histriônicas contribuem para isso. Os marcadores não vão na bola. Vão no corpo de Neymar. É o recurso dos medíocres. Muitos acham normal.

Os grossos da Europa são tão numerosos quantos os daqui, mas os de lá são menos botineiros. Na Europa, não há técnico gritando na lateral do campo. Indiretamente, isso estimula a pancadaria. Os árbitros europeus marcam menos faltas, porém são mais rigorosos com a violência.

Quando escrevo que o futebol brasileiro está muito corrido e truculento, muito mais que na Europa, não ignoro as várias excelentes partidas, os bons jogadores, a importância dos treinadores, nem as mudanças, em todo o mundo, na maneira de jogar. Não sou pessimista, saudosista nem um sonhador quixotesco.

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Apenas estou preocupado. Há, cada vez mais, uma mudança no estilo brasileiro, por influência dos técnicos, supervalorizados e que não fazem nada para inibir a violência, e da ciência do esporte, cada dia mais ansiosa em formar superatletas, que atuam no limite físico. Aonde isso vai chegar? O talento precisa ficar à frente do vigor físico.