Ainda não entendi bem porque o Galvão Bueno, porta-voz da Globo, leu um editorial de críticas somente ao Kaká, já que Ronaldinho também pediu dispensa da Copa América.

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A CBF e Dunga não gostaram da atitude dos dois jogadores. Ricardo Teixeira mostrou seu descontentamento no frio aperto de mão dado ao Kaká antes do jogo contra a Inglaterra.

A revolta contra o Kaká seria porque ele teria dito antes que iria jogar a Copa América? Não escutei ele dizer isso, mas se mudou de idéia, fez muito bem, pois estará de férias e precisa descansar.

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Como Kaká é um bom moço, era o xodó da Globo, é hoje o melhor jogador do mundo e seria a grande atração e o garoto-propaganda da Copa América, a sua recusa foi uma decepção para a Globo e seus patrocinadores, que tem a maior parte da audiência, a CBF, empresários da competição e a Confederação Sul-Americana.

Por ser agora o novo camisa 10 da seleção, sempre que Kaká não brilhar, vão dizer, como falavam do Ronaldinho, que ele joga melhor no Milan.

Como tenho o mau hábito de comparar, penso que o Ronaldinho dos dois anos antes da Copa de 2006, quando ganhou os dois títulos de melhor do mundo, era superior e muito mais fascinante do que o atual e excepcional Kaká.

Muitos, para enfatizar a indiscutível objetividade do Kaká, falam que Ronaldinho é mais um malabarista, um jogador show, o que é uma grande inverdade. Dos seus pés e da sua inteligência, nasceram as grandes jogadas do Barcelona, que foi bicampeão espanhol e campeão da Europa. Na Copa de 2002, Ronaldinho foi decisivo contra a Inglaterra, no jogo mais difícil da seleção.

Ronaldinho caiu de produção porque o Barcelona piorou e pelo seu cansaço físico e mental. O sucesso prolongado e a pressão para mantê-lo, levam a uma fadiga mental, a uma acomodação inconsciente, a uma auto-suficiência (quase uma soberba), como se o jogador já tivesse feito tudo que precisava.

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A maior parte dos grandes atletas passou por essa situação, que pode ser passageira ou para sempre. Muitos jogadores que parecem decadentes por causa da idade estão, na verdade, mentalmente cansados.

Dunga tem razão quando diz que Ronaldinho está sem velocidade. O jogador, que era rápido e insinuante, e que também dava show, passou a jogar num estilo mais cadenciado, lento, de toques e de passes.

Já passou da hora do Ronaldinho reagir. Para isso, antes de se preparar melhor fisicamente, ele precisa de férias e de umas boas conversas, para valer.

Decisões

Hoje, o Santos vai tentar fazer, no gramado e na arquibancada, o que fez o Grêmio em Porto Alegre. Se o time gaúcho mudar a maneira de marcar e ficar muito atrás, vai sofrer pressão, terá mais chances de levar gols e ficará mais distante do gol do Santos para contra-atacar com o veloz e habilidoso Carlos Eduardo.

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O Grêmio tem mais chances de chegar à final da Libertadores, mas as do Santos são ainda boas. Não será surpresa se isso acontecer. Não vou dar palpites sobre o placar desse jogo e o da decisão da Copa do Brasil. Sou um péssimo vidente.