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Antes de uma partida decisiva, os jogadores costumam dizer que é o jogo de suas vidas. Hoje, é quase isso para o Corin­thians. O clube, no ano de seu centenário, esqueceu o Estadual e só pensou na Libertadores.

Os responsáveis pela segurança precisam ficar atentos. Se o Corinthians for eliminado, muitos torcedores, revoltados, podem se sentir, ainda mais em grupo, mais corajosos e menos responsáveis por seus atos de violência.

Se o Flamengo for eliminado, e Adriano jogar mal, ainda mais depois de tantos sumiços, o atacante correrá riscos de perder seu lugar na Seleção para Tar­­delli ou Grafite. Se alguém descobrir o que existe dentro da ca­­beça de Adriano, ganha o Prêmio Nobel.

Se Tardelli jogasse, no Rio ou em São Paulo, o belo futebol que mostrou neste ano e em quase todo o Brasileirão 2009, haveria passeatas pedindo sua convocação.

Para Santos e Atlético-MG, é muito mais importante ganhar a Copa do Brasil que o Estadual. Nas duas únicas partidas neste ano contra fortes adversários, Santos e Cruzeiro, o Atlético foi muito bem. Perdeu para o Cruzeiro, mas atuou melhor.

O Santos levou oito gols nas três últimas partidas, atuando na maior parte do tempo com dois volantes e dois atacantes. O problema maior da defesa não está no número de volantes, e sim nos grandes espaços que deixa para o outro time.

Chelsea e Barcelona, os dois melhores do mundo, mesmo eliminados pela Inter, costumam atuar com apenas um volante, dois armadores que marcam e atacam e três na frente. Os dois atacantes pelos lados voltam para marcar.

Contra o Santo André, Do­­rival Júnior ia cometer um grande erro, de tirar Ganso, o único jogador que segurava a bola na frente. Com a firmeza dos grandes craques, Ganso disse que não ia sair e ainda falou para tirar André. Dunga gostou ou achou uma indisciplina? Se gostou, o que é menos provável, deveria aproveitar para dar um drible em sua coerência, a de só chamar para a Copa jogador que já foi convocado.

Neymar já é excepcional. Se ele quiser ser um craque mundial, precisa cair menos e cavar menos faltas. Craque joga em pé.

Se a bola, no final do jogo, tivesse batido na trave e entrado no gol do Santos, os comentários seriam bem diferentes. Ganso seria chamado de indisciplinado, Dorival Júnior, de medroso, Neymar, de mascarado, o Santos não seria mais encantador, e diminuiriam os pedidos para a convocação de Neymar e Ganso. Haveria ainda várias análises táticas, algumas com ótimos argumentos, para explicar o resultado do jogo.

Na semana passada, optei por ver na tevê, no horário de 21h50, Atlético-MG e Santos. Foi um jogaço. Hoje, a escolha será no cara ou coroa.

Lamentável

Na última quarta-feira, comecei a ver o jogo entre Barcelona e Inter pela TV Globo, por causa da imagem em HD. Até os 20 minutos, Galvão Bueno, Falcão e o repórter Pedro Bassan, presente no estádio, não sabiam os nomes de alguns jogadores. Chamavam o zagueiro Milito de Maxwell, jogador brasileiro. Não era um jogo entre times da Rússia ou da Ucrânia. Era um clássico mundial. Lamentável.

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