Antes do Brasileirão, não achava que Cruzeiro e Grêmio, por terem elencos inferiores na época, fossem fortes candidatos ao título.

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O Cruzeiro possui hoje time e elenco do nível dos outros quatros que disputam o título. Jovens, como Guilherme, Wagner e Ramires, evoluíram. Os contratados, a maioria por indicação de Adilson Batista, estão melhores que o esperado.

Apesar de algumas invencionices, quando foi merecidamente criticado, Adilson Batista tem acertado muito mais do que errado. As vaias de burro ficam por conta do hábito e da paixão de parte da torcida.

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Luxemburgo disse, no programa Arena Sportv, que Wagner, do Cruzeiro, deveria jogar mais de armador, como Alex em 2003, e menos pelos lados. Penso diferente. Wagner se destaca mais pela velocidade, cruzamentos, finalizações e jogadas pela esquerda, quase como um ponta.

Quando o Grêmio perdeu a liderança para o Palmeiras, os apressados, principalmente os que idolatram Luxemburgo e acham que é ele quem decide as partidas, profetizaram uma profunda queda do Grêmio e a conquista do título pelo Palmeiras. O Grêmio é hoje o líder e o Palmeiras, o quinto colocado. Não será surpresa se tudo mudar novamente. Os cinco são fortes candidatos ao título, pelo menos até o final da rodada.

Apesar da liderança e de fazer um bom trabalho, Celso Roth é ainda chamado de burro. Se o Grêmio for campeão, ele será um técnico burro com sorte.

Falta ao Palmeiras melhores reservas em algumas posições. Gladstone, Maicosuel e Lenny são fracos. Não existe um bom substituto para Diego Souza. A única boa opção no ataque é a entrada de Denílson, ao lado de Alex Mineiro e Kléber. Os dois atacantes não podem ser substituídos, mesmo quando jogam mal.

A goleada do Flamengo sobre o Coritiba, em vez de ser motivo de euforia, deveria ser de mais preocupação. Desconfio muito da próxima atuação das equipes que dão surpreendentes goleadas.

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Muricy adora dizer que o São Paulo não tem craques e que o forte do time é o conjunto. O mesmo acontece com as outras equipes. Não há craques, porém há alguns jogadores melhores em cada time. No São Paulo, são Rogério Ceni, André Dias, Miranda, Hernanes e Hugo. Sei que a maioria vai discordar de Hugo. Ele é discreto, mas é o mais eficiente dos três mais adiantados, não só por ser o artilheiro do time.

O Brasil precisa formar não só profundos conhecedores de esquemas táticos, mas também treinadores mais éticos e humanos, como Renê Simões. Tão ou mais importante que o conhecimento tático, é a capacidade de observar os detalhes, as subjetividades e as sutilezas que acontecem durantes as partidas. Os técnicos não podem ser reféns das pranchetas.

Os cinco treinadores que disputam o título são importantes e merecem mais elogios que críticas. O que não se pode é achar que a mudança de posição de um jogador um pouco mais para a direita ou um pouco mais para a esquerda foi a grande responsável pela vitória ou pela derrota. Isso é uma mistura de ilusão, desconhecimento e ingenuidade.