Johannesburgo - Antes de a bola rolar, vejo no telão do estádio os jogadores no túnel se preparando para entrar em campo. O que sente um atleta nesse momento decisivo e importante de sua carreira? Medo, principalmente. Medo de dar errado. Por causa da ansiedade, aumenta a transpiração, o batimento cardíaco, o rosto se contrai, e o jogador vai várias vezes ao banheiro para urinar de medo.
Antes de entrar em campo, como os jogadores dos dois times estão lado a lado, alguns não resistem e olham para os adversários, em uma mistura de curiosidade e apreensão. É famosa a cena do filme da Copa de 1994, com Roberto Baggio olhando para Romário. Baggio deve ter pensado: "Como joga esse baixinho".
Gosto de assistir à partida em silêncio. De vez em quando, anoto alguma coisa. No final do jogo, tento explicar o inexplicável. Nenhum texto é suficiente para compreender a partida. Como na vida, o jogo de futebol tem muitos acasos, mistérios e estranhezas. Além disso, como dizia o filósofo Garrincha, o problema é que nada foi combinado com o adversário.
Tudo que ocorreu no jogo era o mais esperado. Foi uma repetição das duas vitórias anteriores do Brasil sobre o Chile. O time chileno foi para o ataque, como era previsto, e o Brasil, como também era previsto, em dois belos lances de contra-ataque e em uma jogada pelo alto, de escanteio, definiu a partida. O goleiro do Chile tem apenas 1,83 m, e o outro mais alto mede 1,81 m. É um time muito baixo para enfrentar os grandalhões do Brasil.
Nessa partida, o Brasil mostrou suas três grandes virtudes: o contra-ataque, a grande qualidade de seus defensores e a jogada aérea.
Todos atuaram bem, principalmente Lúcio e Juan, dois monstros, como disse Paulo Cobos. Daniel Alves, que tinha jogado mal contra Portugal, mostrou, ao lado de Kaká e Robinho, que tem mais talento que Elano. Ramires também jogou bem, mas está suspenso para o próximo jogo.
Brasil e Holanda farão um jogo igual. Qualquer resultado é normal. A vantagem do Brasil é ter mais tradição. Isso aumenta a pressão para vencer. É positivo. Se o Brasil perder, será uma tragédia para o torcedor brasileiro. Se a Holanda perder, no máximo, vai diminuir o consumo da cerveja.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano