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A seleção brasileira teve, enfim, duas boas atuações em um curto intervalo, contra Chile e Venezuela. Hoje, terá chance de vencer duas partidas seguidas pelas Eliminatórias, o que não acontece há muito tempo. Jogar bem e vencer não são também a mesma coisa.

Não dá para dizer por esse jogo contra a Venezuela que houve evolução coletiva. O Brasil goleou graças ao extraordinário talento de Kaká, Robinho e Júlio César e à fragilidade do adversário, que parecia a Venezuela de 1969.

Os craques brilham intensamente e com muita freqüência quando atuam em equipes com ótimo conjunto. Quando jogam em times desorganizados, brilham de vez em quando, especialmente contra fracos adversários, como a Venezuela.

Nas poucas boas atuações da seleção sob o comando de Dunga, o time foi muito bem nos contra-ataques. Esse é o jogo ideal para Robinho e Kaká, ainda mais contra equipes que não marcam e deixam grandes espaços.

A cada jogo, Kaká mostra, com suas belas arrancadas em direção ao gol e suas eficientes finalizações, que é cada vez mais um atacante, artilheiro, no nível dos maiores pontas-de-lança da história do futebol mundial. Kaká tem ainda um bom passe, como faziam os grandes pontas-de-lança.

Até contra a Venezuela, Gilberto Silva e Josué foram discretos na armação. Pior, não foram bem nem na marcação, mesmo com a ajuda de Elano. A Venezuela trocou passes com facilidade na intermediária e só não fez gols por causa das defesas espetaculares de Júlio César. Gilberto Silva é lento e marca de longe. Josué não pressiona o adversário, como fazia no São Paulo.

Hoje, a Colômbia deve jogar atrás e no contra-ataque. Além de trocar passes e fazer triangulações pelos lados, o que pouco tem acontecido, o Brasil vai precisar marcar por pressão e ter volantes que cheguem à frente para finalizar ou dar passes decisivos. Gilberto Silva e Josué não fazem isso bem.

Embora Júlio Baptista, fora da seleção por contusão, não seja o volante que gostaria de ver no time titular e ter jogado poucas vezes de volante depois de ter saído do São Paulo, ele é o melhor dos volantes brasileiros. O jogador, os técnicos europeus e Dunga acham que ele é um meia ofensivo, o camisa dez. Nessa posição, ele é bom para o Sevilla, para a Roma, mas não para a seleção brasileira.

Mesmo fora de sua melhor posição, Júlio Baptista jogou muito bem contra a Argentina, na final da Copa América, e foi o melhor da seleção nos poucos minutos em que atuou contra a Bolívia, no Rio, e contra a Argentina, no Mineirão. Quando joga mal, é chamado de grosso. Não é grosso nem é excepcional, como Xavi. É um bom jogador.

Júlio Baptista tem as características de um bom volante. Marca bem e chega ao ataque com eficiência para finalizar, além de ter um bom passe, para um volante. Nessa posição, basta ter um passe correto, rápido e, se possível, para frente. Já o meia necessita também dar passes surpreendentes, milimétricos e entre os zagueiros, para colocar o atacante na cara do gol. Isso é para poucos.

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