Hoje, teremos várias partidas às 21h50. É um bom horário para a TV Globo, mas não para o futebol. Como era esperado, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vetou a decisão da Câmara dos Vereadores, que proibia uma partida de terminar depois das 23h15, salvo em casos especiais.
Os estaduais, com estádios vazios e com excesso de clubes, muitos sem estádio e sem times razoáveis, entram nas fases de decisões. Ufa!
Em Minas Gerais, Atlético e América fazem o segundo jogo decisivo das quartas de final no Ipatingão, já que no Mineirão, um estádio do governo estadual, haverá um show de axé. Absurdo, qualquer que fosse o show.
Os árbitros, nos estaduais e na Copa do Brasil, continuam marcando pênaltis que nunca existiram, muitas vezes com a aprovação de comentaristas.
Entre outras coisas, os estaduais servem para times e jogadores razoáveis se tornarem, de repente, excepcionais. Fabiano, que sempre foi mediano, brilha no Atlético-MG. Será o início de uma nova fase em sua carreira? Depois de certo tempo, ninguém desaprende nem aprende a jogar futebol. Seria ele uma exceção?
Os conceitos mudam rapidamente. Times, como Vasco e Botafogo, passam de medíocres a ótimos e voltam a ser medíocres, em uma semana. Joel, de técnico folclórico, passou a ser um grande estrategista, voltou a ser folclórico e, se o Botafogo for campeão carioca, será o Rinus Michels tropical.
Dodô chegou como esperança ao Vasco, teve decretado o fim de sua carreira e, agora, voltou a ser o artilheiro dos gols bonitos. O mesmo ocorre em todos os estados. É a dança dos conceitos.
Os cinco times brasileiros devem se classificar na Libertadores. Os cinco são fortes candidatos ao título. Dos cinco, o único que teve uma excepcional atuação foi o Cruzeiro, contra o Vélez Sarsfield, no Mineirão. O placar de 3 a 0 foi pouco, pelo domínio e chances perdidas. Diferentemente de outros jogos contra boas equipes, o Cruzeiro não deu nenhuma chance para o time argentino contra-atacar. Fabinho e/ou Diego Renan estavam sempre bem posicionados, para sobrar um zagueiro.
O Corinthians é o time com melhor aproveitamento na Libertadores, mesmo com Ronaldo parado. De vez em quando, ele dá um bom passe ou empurra a bola para dentro do gol. Parece Romário com 40 anos.
Em 2009, Ronaldo fez um enorme esforço para mostrar que ainda tinha condições de ser destaque em uma grande equipe. Em um curto período, nas finais da Copa do Brasil e do Paulistão, ele marcou muitos gols e jogou muito bem. Depois disso, descansou e desfrutou da glória por quase um ano, além de ter tido várias contusões. Para carregar um peso tão grande, é preciso um longo tempo de descanso.
Desde a Copa do Mundo de 2002, Ronaldo vive de desafios e de curtos e brilhantes momentos. Quando parece que não dá mais, ele reúne forças, sopra forte e reacende a chama. Para muitos grandes craques, deixar de brilhar e de jogar seria como envelhecer e morrer. Será que ele consegue brilhar novamente, nessa reta final da Libertadores e talvez do Paulistão? Não sei.
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