As opiniões da imprensa e dos torcedores variam bastante sobre os titulares e reservas do Brasil que deveriam ir à Copa.

CARREGANDO :)

Até Kaká e Ronaldinho Gaúcho são contestados. Alguns marretinhas acham que Kaká conduz demais a bola, é pouco criativo e que deveria ser substituído pelo Juninho.

Outros, acredite se quiser, dizem que o Ronaldinho Gaúcho não é eficiente, enfeita muito as jogadas e que sem ele, a seleção jogaria melhor. Citam como exemplo o jogo pelas Eliminatórias contra o Chile, quando a equipe e o Robinho atuaram muito bem.

Publicidade

Nas outras posições, concordo que há poucas diferenças entre titulares e reservas e entre alguns reservas que disputam vagas. Por isso, temos de respeitar as escolhas do Parreira. Ele não pode mudar os nomes pelos últimos jogos nem pelos melhores momentos.

A minha principal preocupação é com Ronaldo, e não com Roberto Carlos e Cafu. Os dois laterais não são mais os mesmos, mas não há melhores opções. Cicinho só é ótimo no ataque e quando tem espaços livres para avançar. Gustavo Nery não convence para ser titular numa Copa. Júnior tem jogado muito bem, mas de ala ou meia.

No ataque é diferente. Existem dois grandes jogadores, Robinho e Adriano, que vive uma transitória má fase, para substituir o Ronaldo. Como o Fenômeno costuma decidir nos momentos difíceis, não será fácil barrá-lo, mesmo se estiver jogando mal.

Os grandes craques não são eternos. O problema é que não sabemos o instante exato que eles perdem definitivamente o encanto.

Contra o Arsenal, Ronaldo perdeu facilmente a bola no meio-de-campo, tocaram para o Henry, que perseguido pelo Fenômeno, driblou vários zagueiros com uma incrível habilidade e velocidade e colocou a bola no canto. Um gol à la Ronaldo, nos seus melhores momentos, como observou José Trajano. Seria um aviso que o tempo passa e que alguns craques precisam ser substituídos? Não sei.

Publicidade

Ronaldo não vive apenas um mau momento. Ele diminuiu progressivamente a sua mobilidade em campo e se acostumou com isso. Vive de alguns instantes geniais. Ele só não perdeu a velocidade nos médios e longos espaços. Se tiver chances de receber a bola na frente, ainda chega primeiro que os zagueiros. Mas esses sabem disso e marcam mais atrás.

Como Ronaldo terá 20 dias para se preparar e são apenas sete jogos, ele, por ter sido um dos mais espetaculares atacantes de todos os tempos, poderá ainda brilhar intensamente nessa Copa, mesmo sem ter mais as mesmas condições de outras épocas. Tomara! Mas estou preocupado.

Nesta semana, Ronaldo se queixou da falta de carinho da torcida do Real Madrid. Os torcedores ficaram divididos. Uns tentaram apoiá-lo. Outros, aproveitaram para criticar e cobrar ainda mais do jogador.

Tempos atrás, Felipão, com seu jeito de Analista de Bagé, personagem do Luís Fernando Veríssimo, disse que o Ronaldo era muito mimado. Não só ele, mas muitos outros craques.

Grande número de pessoas, principalmente os famosos, não suporta as críticas, mesmo as corretas. Eles sofrem de uma ansiedade de percepção, de uma desconfiança de que são menos amados do que mereciam. São dependentes, mais do que o habitual, dos aplausos e elogios. Geralmente, para sempre.

Publicidade

Belfort Duarte

Moisés, ex-zagueiro do Vasco, disse uma frase que ficou famosa: "Zagueiro que se preze não ganha o Belfort Duarte", prêmio para homenagear os jogadores mais disciplinados. Isso serve para os zagueiros limitados. Os grandes, como Gamarra, Nílton Santos, Aldair, Luisinho e outros, anteviam o passe, antecipavam ao atacante e saiam com a bola, sem tocar no adversário.

Belfort Duarte foi campeão pelo América-RJ em 1913. O prêmio com o seu nome foi criado em 1945 e parece que foi esquecido. Nessa época de tanta violência, é preciso recuperá-lo, como sugere o leitor Ronaldo.

Divisão

Todos os jogadores que são contratados pelos clubes, independentemente se vão jogar ou não, dizem nas suas apresentações que chegaram para somar. Menos Marcelinho, que chegou no Corinthians para dividir.

Publicidade