Ao entrar no belo e antigo estádio de Berlim, construído em 1936, lembrei das imagens do Hitler na tribuna de honra. Os alemães que fazem tudo para esquecer as barbaridades da Segunda Guerra, devem lembrar desses momentos quando voltam ao estádio. Além disso, a memória vai muito além da lembrança.

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A presença de alguns poucos símbolos da época no Nazismo, servem também para as pessoas lembrarem que nada do que aconteceu poderá ser repetido, de forma alguma. Esses lugares representam a expiação, a consciência moral do povo alemão.

O estádio está lindo nesse momento que antecede ao jogo. Camisas amarelas e vermelhas e brancas tomam conta de todos os lugares. Estou tão arrepiado quanto ficava antes das partidas que jogava pela seleção em uma Copa do Mundo.

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A bola rolou. Nesse instante, a emoção não pode escurecer nem estreitar a visão imparcial do comentarista.

Até o primeiro e único gol, Brasil e Croácia faziam uma partida burocrática, lenta, excessivamente tática e com muitos passes para o lado. Era um jogo mais da prancheta, dos técnicos, do que dos craques. Adriano e principalmente Ronaldo jogavam muito mal.

Aí surgiu o craque. Kaká dominou a bola pelo meio, saiu da marcação e com um toque de mestre colocou a bola no ângulo.

No segundo tempo, a Croácia adiantou um pouco mais a marcação, tomou mais a bola no meio-campo e criou algumas chances de gols. Faltou o craque na Croácia. Dida fez também três boas defesas. Já o Brasil continuou lento e burocrático e só melhorou um pouco com a entrada do Robinho, no lugar do lento e esquisito Ronaldo. Será que havia outra bolha no pé para atrapalhá-lo?

Com exceção da boa marcação da defesa, facilitada pela lentidão do ataque da Croácia, das boas defesas do Dida e do belo gol do Kaká, o time brasileiro teve uma discreta atuação, até certo ponto esperada para uma estréia na Copa.

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Deu para o gasto. Fica a esperança de que os grandes times nunca mostram os seus encantos e segredos no primeiro jogo.