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Muitas frases sobre os clássicos se tornaram clássicas ou chavões, como "clássico é clássico", "clássico não tem favorito", "clássico é decidido nos detalhes". A melhor é a do artilheiro Jardel: "clássico é clássico e vice-versa".

Palmeiras e São Paulo devem jogar com esquemas parecidos. Os treinadores brasileiros, até Luxemburgo, são reféns de um terceiro zagueiro. Com isso, o time perde um armador ou um atacante. Os três zagueiros jogam também em linha. O atacante que passa por um passa pelos três.

As diferenças das duas equipes estão no estilo, nas características e qualidades dos jogadores. Gosto mais da leveza e da troca de passes do Palmeiras, mas reconheço que o estilo mais pesado e pragmático do São Paulo é tão eficiente quanto. Apesar de o São Paulo ter feito um gol a mais no campeonato, o Palmeiras possui melhores jogadores do meio para frente. Já os zagueiros do São Paulo são superiores.

Dagoberto é dúvida. De grande promessa de craque, hoje a sua principal qualidade, bastante elogiada pelos comentaristas, é marcar o volante adversário. Isso qualquer cabeça de bagre faz bem.

No Rio, o empate é muito ruim para Vasco e Flamengo. Contra o Atlético-MG, o volante Toró jogou muito atrás, quase como um quarto zagueiro, e, Ibson e Kléberson, muito na frente, como meias-atacantes. Ficou um vazio no meio-de-campo. O Atlético deitou e rolou. Ibson e Kléberson não são meias. São volantes que atacam.

Sport e Atlético-MG não correm riscos de serem rebaixados nem disputam vaga na Libertadores. O Sport já garantiu seu lugar. Mesmo assim, vai fazer tudo para empurrar o Náutico para o buraco, e o Atlético vai tentar tirar o Cruzeiro da luta pelo título.

Para ser um craque, Guilherme, artilheiro do Cruzeiro, não pode brilhar em pouquíssimos lances e jogar mal ou desaparecer no restante das partidas. Cruyff dizia que dava espetáculo durante cinco minutos de jogo e jogava para o time nos outros 85, ou melhor, jogava como os outros.

Para contrariar o mestre Juca Kfouri, que já errou na previsão do jogo do Brasil contra a Colômbia, aposto no empate nos quatro clássicos. Tenho grandes chances de errar os quatro resultados.

Loucos e pragmáticos

O problema principal da seleção não é jogar bem fora e mal em casa. O Brasil também jogou mal fora, contra Paraguai, Colômbia e Peru. As fáceis vitórias sobre Chile e Venezuela teriam sido atípicas? Contra a Argentina, o Chile atuou da mesma forma que contra o Brasil. Venceu e poderia ter goleado. A diferença foi o gol que marcou contra a Argentina e perdeu contra o Brasil, quando as duas partidas estavam 0 a 0.

Já imaginou se Brasil e Argentina jogassem um futebol coletivo como o Chile, Paraguai, Rússia e outras equipes com jogadores inferiores? Isso não significa que os esquemas táticos dessas equipes são melhores, e sim que o planejado é muito mais bem executado.

O louco Bielsa ensina aos pragmáticos treinadores, e poucos aprendem, que o esquema tático com três zagueiros é ótimo para se jogar no ataque, pressionando o adversário.

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