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Apesar de não ter tido experiência como técnico, não ter cursado a faculdade nem ter feito nenhum curso teórico fajuto para treinador, Dunga mostrou que tem bons conhecimentos técnicos e táticos, que sabe comandar e que tem condições de ser o treinador da seleção na Copa.

Dunga é também um bom observador. Isso não se aprende na faculdade nem no Google. Quando era atleta, Dunga jogava e enxergava o jogo. Por isso, foi um bom capitão, e não por gritar muito e pela cabeçada que deu em Bebeto, durante a Copa de 98.

Isso não significa que tudo está uma maravilha. Queremos mais. É preciso criar opções individuais e táticas. Elano é um bom jogador, melhor na seleção que nos clubes, mas Daniel Alves é excepcional. Não é uma improvisação, como ele já mostrou. Daniel Alves é um meia que, por acaso, se tornou um excelente lateral.

Dunga não pode achar que a única maneira de vencer é fazer gols de bolas paradas, colocar dois volantes muito recuados e contra-atacar. Contra equipes mais defensivas, é necessário marcar por pressão, trocar mais passes e ter mais um armador que marque e chegue à frente. Zé Roberto seria a melhor opção. Bastaria um volante mais recuado. Na Juventus, Felipe Melo faz isso muito bem.

O técnico de uma seleção brasileira deveria ter compromisso não só com a eficiência, mas também com a excelência e o futebol bonito. Dunga nunca vai entender que um técnico, como Telê Santana, possa perder dois títulos mundiais, principalmente em 82, e, mesmo assim, ser lembrado como um dos maiores treinadores da história.

O grande favorito

O Palmeiras, por ter um excelente treinador, três jogadores especiais do meio para frente, um goleiraço, vários outros bons jogadores e, por estar cinco pontos à frente, é o grande favorito.

Após o jogo de domingo, Lu­­xem­­burgo, querendo dizer que não é pior que Muricy, disse que o Palmeiras venceu porque teve mais qualidade individual. É óbvio que esse foi o principal motivo. Se Luxemburgo continuasse no Palmeiras, e Muricy tivesse ido para o Santos, provavelmente, a história seria a mesma.

Porém, por outros motivos, é evidente que Muricy está em grande forma, e que Luxemburgo está cada dia menos decisivo. Deve estar pensando em sua candidatura ao Senado.

O Flamengo cresceu na competição. Adriano recuperou a forma. Além disso, depois que Andrade se livrou da herança de Cuca, de fazer marcação individual, a defesa, que era uma das piores, não levou um gol nos últimos seis jogos. Nesse período, o time passou a jogar com dois zagueiros e teve reforços na defesa, o volante Maldonado e o zagueiro Álvaro.

Na derrota do Inter para o Coritiba, Tite colocou um jogador só para correr atrás de Marcelinho Paraíba, de uma lateral à outra. Entra Mário Sérgio, outro, entre tantos, que adora fazer marcação individual. Nada mais confuso e ultrapassado. E esses técnicos ainda são chamados de modernos.

Deveriam aprender com Dunga. Contra a Argentina, o Brasil não fez marcação individual em Messi, o melhor jogador do mundo.

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