Conforme foi publicado pela Folha de S. Paulo, Parreira e Ronaldo são sócios do empresário Alexandre Accioly, que está sempre colado nas celebridades, em duas academias de ginásticas de uma grande rede.

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Isso não é motivo para se imaginar que o Parreira vai escalar o Ronaldo por causa desse vínculo comercial. O Fenômeno merece ser titular. Mas, independentemente das intenções da mulher de César, o técnico, para se proteger, deveria evitar essa relação. Isso não é hipocrisia dos que questionam, como gostam de dizer os que se defendem desse tipo de insinuações.

Da mesma forma, jornalistas esportivos não deveriam ser tão próximos de jogadores, técnicos, dirigentes, das federações, CBF e de qualquer pessoa que fosse motivo de seus relatos e comentários. Não se deve confundir uma relação profissional de respeito com outros tipos de envolvimento.

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O tráfico de influências fica mais evidente quando um técnico sério, como Levir Culpi, diz em um programa de televisão que a maioria dos treinadores precisa ter um empresário para ser contratado por um clube; ou quando Toninho Cerezo fala, logo após chegar do Japão, que recebeu uns oito telefonemas de empresários se oferecendo para arrumar um time para ele.

No mínimo, esses empresários vão tentar arrumar um emprego para os atletas que eles gerenciam nos clubes em que estão os seus treinadores.

Aumentou também o número de parentes de treinadores que são empresários e ou trabalham nas comissões técnicas dos mesmos clubes, além de dirigentes ou funcionários de clubes que são amigos e ou sócios de empresários.

É assim que funcionam muitas coisas no futebol e em vários setores da sociedade, principalmente na política. "É dando que se recebe", uma farra nacional.

Craques e fortes

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Muitas pessoas me perguntam por que o Robinho não tem jogado bem no Real Madrid. Discordo. Mesmo atuando em um time irregular e com muitos problemas, Robinho tem sido um dos destaques. Para o primeiro ano, ele está melhor do que esperava. Apenas ainda não brilhou como no Santos.

Um jornalista espanhol me disse semana passada que o Robinho tem mostrado sua habilidade, que já é um dos mais queridos da torcida, mas que ele parece um menino frágil diante dos fortes e viris marcadores. Com freqüência, Robinho é tocado e cai.

Diferentemente do Robinho, o mundo percebeu, recentemente, a excepcional estrutura física do Ronaldinho Gaúcho, quando ele, antes de fazer um gol contra o Chelsea, deu uma trombada e derrubou o forte zagueiro Terry.

Hoje, quase todos os grande meias e atacantes do mundo são altos e fortes. Apesar do Robinho ter boa altura e aumentado a sua massa muscular nos últimos anos, ainda é muito pouco. Imagino que se ele tivesse sido formado no São Paulo, seria mais forte, como aconteceu com Kaká. Ainda há tempo para o Robinho melhorar a sua estrutura física.

As comissões técnicas do Santos devem também ter sido influenciadas pelos freqüentes comentários, totalmente equivocados, de que o Robinho não deveria ficar mais forte, pois isso prejudicaria a sua velocidade e habilidade.

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Após um período de adaptação na Espanha, Robinho vai passar por momentos decisivos na sua carreira. Ele vai se tornar um concorrente habitual ao título de melhor do mundo ou será somente mais um excelente jogador, como já é?

"Espírito de Libertadores"

Vamos escutar muito nessa semana que é preciso ter "espírito de Libertadores" para vencer e que essa é uma competição diferente e de muita pegada. Parece até que a Libertadores é outro esporte, com regras especiais.

A Libertadores é a competição mais importante para os clubes, mas não se deve confundir garra, ótima marcação e eficiência com futebol feio e violento.

Se o Corinthians jogar somente com muita garra, sem técnica, com nervosismo, achar que o River Plate só vai catimbar e que o gol no final do primeiro jogo praticamente garantiu a sua classificação, vai se despedir da Libertadores, como já aconteceu contra o mesmo time argentino.

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