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Os clubes mais poderosos da Europa querem ceder cada vez menos seus jogadores para seleções, pois são eles que pagam os altíssimos salários dos atletas.

Compreendo a desilusão dos torcedores brasileiros com o fracasso na Copa de 2006 e com o pedido de dispensa de alguns jogadores para a Copa América, mas ainda acredito que quase todos têm mais prazer e orgulho de jogar na seleção do que nos seus clubes. Os poucos que não ficam arrepiados quando escutam o hino nacional antes de uma importante competição deveriam pedir para sair.

Os atletas querem atuar pela seleção, mas também desejam, com razão, desfrutar de férias e não serem prejudicados nos seus clubes por causa dos péssimos calendários nem pelas suas federações, como a CBF, que exploram ao máximo o prestígio dos jogadores e os colocam para atuar em todas as partes do mundo. A seleção é um circo.

Dunga e a CBF contribuem ainda mais para prolongar a decepção dos torcedores com a seleção. Ao criticar os jogadores e colocar Ronaldinho e Kaká na reserva, Dunga, com o apoio da CBF, quis mostrar a todos, num gesto simbólico, que o principal responsável pelo fracasso na Copa foi a apatia dos craques.

Zé Roberto tinha poucas chances de ir ao Mundial, não estava nos planos do Dunga e só foi convocado pela ausência do Kaká e Ronaldinho. Por isso, foi compreensível a sua decisão de não jogar mais pela seleção.

A CBF, pelas regras da Fifa, tinha o direito de exigir a presença do Robinho junto com os outros jogadores, mas ela foi extremamente intransigente, já que Robinho só vai perder uns três treinos com bola. O título espanhol e uma boa atuação vão dar ao Robinho mais confiança para ser um jogador decisivo na seleção, o que ele ainda não é, nem no Real Madrid.

Como alguém disse, Dunga comporta-se como um técnico da CBF e não da seleção. Por essa postura servil, ele recebeu de retribuição, sem merecer, pois ninguém sabe se um técnico novato vai dar certo, o cargo de treinador do próximo Mundial, independentemente da qualidade do seu trabalho nesses três anos.

"É dando que se recebe". Essa é a lei da sociedade brasileira. As pessoas são valorizadas e escolhidas pelos seus interesses comuns, pela troca de favores e pelo corporativismo, e não pela competência.

Terminologia

O Botafogo é líder do Brasileiro, só perdeu três vezes neste ano em 33 partidas, há sete meses não é derrotado no Maracanã e é o time que mais encanta hoje no Brasil, pela maneira diferente, ousada e envolvente de jogar.

Como alguns jogadores ocupam várias funções durante a mesma partida, muitos comentaristas e narradores, acostumados com a mesmice dos times, não se entendem sobre a posição desses atletas em campo. Joílson é chamado de lateral, ala e volante. Luciano Almeida é zagueiro e lateral. Jorge Henrique é ala, ponta e atacante e Zé Roberto é meia, ponta ou atacante.

Em qualquer atividade, o uso correto e uniforme da terminologia é essencial para a transmissão de conhecimentos.

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