Johannesburgo - Em 2006, participei de um bolão na rádio em que trabalhava e fui um fracasso. A copeira da emissora ganhou o bolão. Copeira deve entender de Copa.
Garrincha tinha certa razão quando disse, após a conquista da Copa de 1958, que o Campeonato Carioca era mais difícil que o Mundial. São apenas sete jogos, e somente uns três ou quatro mais difíceis. No Carioca tem turno e returno.
Como as seleções favoritas (Brasil, Espanha, Argentina, Inglaterra, Holanda, Itália e Alemanha) têm boas chances de ficar entre as primeiras de seus grupos, elas enfrentariam, teoricamente, times mais fracos nas oitavas de final. Os clássicos só devem acontecer a partir das quartas de final. Mas há sempre pelo menos uma zebra. Em que grupo seria?
Entre as possíveis zebras, aponto os Estados Unidos, que podem chegar perto do título. Os americanos aprenderam e desenvolveram toda a técnica, a tática e a parte científica do futebol. Mas isso tem um limite. Faltam os craques. Futebol não é um jogo apenas técnico, que se aprende na escola.
Brasil e Espanha são as seleções mais fortes. Enquanto o Brasil joga no tradicional estilo europeu, de muita marcação e de rápidos contra-ataques, a Espanha joga no melhor estilo brasileiro de outras épocas, de muita troca de passes e de domínio do jogo, esperando o momento certo para tentar uma jogada decisiva. Os dois estilos são eficientes. Mais importante do que o estilo é o talento.
Entre as outras seleções favoritas, a maioria aponta a da Inglaterra. Não penso dessa forma. Acho o time inglês muito burocrático, previsível, apesar de ter excelentes jogadores. Gosto mais das seleções da Argentina e da Holanda.
Todos apontam a Holanda como uma das principais favoritas. Mas a maioria não acredita na Holanda. Já com Itália e Alemanha acontece o contrário. Todos criticam as duas seleções, mas quase todos as colocam como favoritas.
Em todos os torneios mata-mata de todo o mundo ocorrem com frequência, zebras. A Copa do Mundo é exceção. Nunca uma seleção intermediária ganhou o título. Uma das razões seria que os times favoritos se preparariam com mais seriedade, escalariam todos os titulares, e os atletas teriam mais gana de brilhar. Um dia, a zebra vai acontecer.
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