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Dunga dispensou, pelo menos até agora, a presença de um coordenador técnico. Como disse o João Paulo Medina, o fim do cargo, como era exercido, não fará falta. O cargo foi extinto sem nunca ter existido.

Não se deve confundir o coordenador técnico com o supervisor, gerente, como Américo Faria e outros, que coordenam a logística, a burocracia da seleção e dos clubes. Nem com o auxiliar, que ajuda o treinador, nem com o diretor cartola.

O coordenador técnico deveria ser chamado primeiro e ele escolheria o treinador. Os dois formariam a comissão técnica.

Se existisse de verdade, as funções do coordenador seriam de planejar, liderar a comissão técnica, melhorar a sua eficiência, cobrar resultados e discutir as decisões, sendo que a palavra final sobre a escalação, treinos e outras questões de campo seriam do treinador e de cada especialista na sua área.

Seria necessário que o coordenador tivesse vivência e conhecimentos não só do futebol, mas também de áreas afins, principalmente na área humana. Como se vê, o coordenador é um profissional imaginário, quase utópico, que talvez nunca tenha existido.

Zagallo em 94 era um amigo, um sincero e franco conselheiro que ajudou bastante o Parreira, e não um coordenador. Zico não tinha função no Mundial de 98, quando foi imposto pela CBF ao Zagallo, que teve de engoli-lo. Em 2002, a única função conhecida do Antonio Lopes era beijar as medalhas com muita fé. Nesse ano, Zagallo não tinha mais condições de ser o observador e o conselheiro do Parreira.

Após a saída do Leão durante as eliminatórias para a Copa de 2002, fui convidado para ser o coordenador da seleção. Eu escolheria o treinador.

Fiquei com uma grande vontade de aceitar. Era um trabalho que me seduzia – não me seduz mais – e tinha a convicção ou a ilusão de que exerceria bem o cargo. Por outro lado, poderia sair logo, já que tentaria mudar muitas coisas.

Apesar de ser um cargo técnico, recusei porque criticava a CBF – não seria coerente –, além de ser um cargo de confiança de um presidente que era acusado de graves irregularidades pelas CPIs. Não me arrependo. Recusaria novamente.

Erros e acertos

A expulsão do Josué no início do jogo prejudicou bastante o São Paulo, mas não foi a única razão da brilhante e justa vitória do Inter. O jogo foi uma sucessão de erros e de acertos dos técnicos e jogadores.

Como Casagrande disse logo após a expulsão do Josué, Muricy deveria ter colocado outro jogador no meio-campo e retirado o terceiro zagueiro. O Inter, que já tinha um jogador a mais no meio-campo com a inteligente escalação do Abel, que trocou o terceiro zagueiro por um quarto armador, ficou com dois a mais nesse setor. Mas o time não soube aproveitar essa grande vantagem no primeiro tempo.

Mesmo com a expulsão do Fabinho, o São Paulo parecia ter menos jogadores, já que eles, principalmente Leandro, estavam exaustos pelo grande esforço que fizeram no primeiro tempo por causa do jogador a menos. Além disso, Mineiro, contundido, teve de jogar mais atrás, fora de suas características.

No segundo tempo, o Inter comandava o jogo no meio-campo, tinha grandes chances de fazer o terceiro e definir o título, mas quase sofre o empate depois que, coincidentemente ou não, o Abel trocou um armador por um terceiro zagueiro. Se o São Paulo tivesse empatado – teve chance – Abel seria hoje bastante criticado.

Mas no futebol, as análises são feitas depois do resultado. Ou é assim mesmo, já que dizem que a historia é sempre escrita pelos vencedores?

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