O esquema tático mais utilizado na Copa será ainda a tradicional duas linhas de quatro e mais dois atacantes. Quando o time perde a bola, os dois meias, um de cada lado, recuam e formam, com os dois armadores pelo meio (volantes), uma linha de quatro. Quando recuperam a bola, os dois meias avançam, geralmente pelas pontas.
Não existe um meia de ligação como no Brasil. A ligação é feita pelos dois volantes, um de cada vez, ou por um dos dois atacantes, que recua para armar as jogadas.
Quase todas as seleções vão atuar com uma linha de quatro defensores. Os europeus, cada dia mais, adotam o estilo brasileiro de avançar um lateral, alternadamente. Um ataca, e o outro fica como terceiro zagueiro.
As variações serão do meio para frente. A mais comum é atuar com dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante. Os três meias defendem e atacam.
Não faz diferença jogar com três meias e um centroavante (4231) ou com um meia e três atacantes (433 ou 4213), já que os dois atacantes pelos lados recuam para marcar. Em todos esses esquemas, as equipes vão defender e atacar com o mesmo número de jogadores. O que muda são as características dos atletas. Os números não servem mais para explicar os esquemas táticos.
O Brasil vai atuar com uma linha de quatro defensores, dois volantes muito marcadores pelo centro, um armador pela direita, que defende mais do que ataca, um meia de ligação, um centroavante e um segundo atacante, Robinho, que volta para marcar pela esquerda. Seria um 421111. Esquece!
Se Robinho recuar muito, fará falta na frente. Se recuar pouco, o lateral-esquerdo ficará desprotegido. Pela direita, Elano ajudará bastante Maicon.
Não existe um desenho tático melhor que outro. Além da qualidade e das características dos jogadores, muito mais importante é a execução do que foi planejado. É isso que distingue um técnico de outro. Não adianta saber como jogar. É preciso fazer bem.
O modesto time do Chile, dirigido pelo "louco" Bielsa, terá um esquema único na Copa, com três zagueiros, três armadores, um meia de ligação e três atacantes. A equipe marca por pressão e defende e ataca com muitos jogadores.
Gostaria de ver uma das seleções favoritas jogar como o Chile. Correria muito mais riscos, mas, se vencesse, também encantaria. Faltam os loucos no futebol.